Como parte da modernização de suas capacidades de transporte aéreo tático, a Força Aérea Portuguesa (FAP) e a Embraer assinaram em Lisboa uma emenda ao contrato vigente que confirma a aquisição de uma sexta aeronave KC-390 Millennium e incorpora a opção de compra de até dez aeronaves adicionais. Este passo torna Portugal o primeiro operador internacional a ampliar seu pedido e reforça seu papel como parceiro estratégico dentro do programa do fabricante brasileiro.
Segundo destacou o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa, general João Cartaxo Alves, a incorporação da sexta aeronave aumentará de forma substancial a disponibilidade de transporte tático e logístico, além de potencializar a capacidade de resposta em missões militares e de apoio civil. O oficial ressaltou que o acordo também fortalece a Base Aérea nº 11 de Beja como centro especializado para o treinamento de tripulações, consolidando-a como polo de referência na Europa para a operação do KC-390.
Da parte da Embraer, o presidente e CEO de Defesa e Segurança, Bosco da Costa Júnior, destacou que a assinatura desta emenda marca um precedente dentro do programa. Ele sublinhou que a decisão portuguesa demonstra a confiança na versatilidade e eficiência da aeronave, posicionando o país como referência entre as nações europeias e da OTAN interessadas em modernizar suas frotas de transporte com um avião de nova geração.
A medida ocorre poucas semanas após Portugal ter recebido seu terceiro KC-390 Millennium, no último dia 18 de julho. A aeronave, identificada com a matrícula 26903, pousou na Base Aérea de Beja após um voo de traslado desde Gavião Peixoto, Brasil, e passou a integrar o Esquadrão nº 506 “Rinocerontes”. Com esta incorporação, a unidade reforçou sua experiência no emprego de uma plataforma projetada para cumprir um amplo espectro de missões, desde transporte de carga até evacuações médicas e operações humanitárias.
O contrato original, assinado em 2019, contemplava a compra inicial de cinco aeronaves e um simulador de voo, ao que se somou a ativação da opção por uma sexta unidade. Com a possibilidade de incorporar um novo lote de aviões, Portugal abre a porta para uma expansão que não apenas cobriria suas necessidades, mas também poderia facilitar aquisições conjuntas com países aliados da OTAN, em linha com a estratégia de interoperabilidade da Aliança.
O avanço da FAP ganha ainda mais relevância quando comparado com a situação no Brasil, onde a Força Aérea reduziu seu pedido original de 28 para 19 unidades, com entregas que se estenderão até 2034. Esse ajuste, derivado de restrições orçamentárias, deixa margem para que a Embraer priorize a produção destinada às exportações, o que aumenta o peso de clientes internacionais como Portugal, Hungria, Países Baixos e Áustria.
Com mais de uma dezena de países que já escolheram o KC-390 Millennium, a aeronave se consolida como uma alternativa real para substituir os C-130 Hércules. Sua capacidade de transportar até 26 toneladas de carga, operar em pistas não preparadas e cumprir missões de reabastecimento em voo ou assistência humanitária fazem dele um ativo versátil e competitivo. Nesse cenário, a decisão portuguesa de avaliar até dez novas aquisições reforça sua liderança regional e a projeção global do programa.
Imagens utilizadas com caráter ilustrativo.
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