Exercício em Formosa, a 80 km de Brasília, empregou foguetes de artilharia do sistema Astros-II, já usado em três guerras no Oriente Médio
Roberto Godoy
O Comando do Exército testou ontem, com sucesso, foguetes de artilharia do sistema AstrosII, com alcance além de 70 quilômetros. No exercício, no Campo de Instrução de Formosa (GO), a 80 quilômetros de Brasília, foram empregadas versões de alto poder de fogo, nas quais as ogivas são armadas com até 65 pequenas granadas.
Foram utilizados 4 foguetes que, antes de atingirem o alvo, liberaram a submunição conduzida na ogiva, dispersando os projéteis sobre uma área letal calculada em 300 x 300 metros.
A rajada durou 16 segundos.
O Astros-II é fabricado pela Avibrás Aeroespacial, de São José dos Campos. O maior usuário é a Arábia Saudita, que comprou 15 baterias em meados dos anos 80, compondo uma frota estimada em 60 carretas disparadoras. O valor do contrato, de 1985, teria ultrapassado a casa de US$ 400 milhões. Antes do Exército saudita, as forças do Iraque, sob o comando de Saddam Hussein, foram equipadas com o sistema Astros-II.
No Oriente Médio, o Catar comprou um conjunto de 4 carretas. Na Ásia, a Malásia recebeu outras 18 unidades dotadas de centros de navegação por GPS digital para estabelecimento contínuo da posição geográfica em tempo real. A encomenda, que já foi entregue, é avaliada em US$ 120 milhões.
O Astros-II foi provado em combate na guerra Irã-Iraque, há 20 anos. Voltou ao campo de batalha na Guerra do Golfo, em 1991 - quando, em um ataque iraquiano contra a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, teria ferido gravemente um general americano - e, de novo, em março de 2003, durante a invasão do Iraque.
A aviação dos EUA incluiu os lançadores da Avibrás entre os objetivos a serem destruídos durante os bombardeios pesados da fase inicial da ocupação.
O ensaio de ontem, em Formosa, envolveu foguetes SS-30, com raio de ação de até 35 km e SS-60, com capacidade na faixa de 70 km. O Astros-II pode ser armado com o SS-40 até o limite de 45 km e a maior de todas as munições, o SS-80, desenhado para ter faixa de desempenho entre 80 km e 100 km, levando uma cabeça de guerra pesando até 150 quilos - na forma de explosivo de alto rendimento, ou 60 bomblets de fragmentação.
Os foguetes de artilharia, não guiados eletronicamente, são um recurso de baixo custo para despejar grande quantidade de fogo sobre uma área específica.
Esse tipo de armamento, em uso há mais de 60 anos, voltou a despertar interesse com a adoção de tecnologias que resultaram em ganho de eficiência e exatidão. Uma salva de seis SS-80 poderia, por exemplo, destruir uma refinaria de petróleo do tamanho da Replan, em Paulínia, a maior do País.
Fonte: O Estado de S.Paulo
Roberto Godoy
O Comando do Exército testou ontem, com sucesso, foguetes de artilharia do sistema AstrosII, com alcance além de 70 quilômetros. No exercício, no Campo de Instrução de Formosa (GO), a 80 quilômetros de Brasília, foram empregadas versões de alto poder de fogo, nas quais as ogivas são armadas com até 65 pequenas granadas.
Foram utilizados 4 foguetes que, antes de atingirem o alvo, liberaram a submunição conduzida na ogiva, dispersando os projéteis sobre uma área letal calculada em 300 x 300 metros.
A rajada durou 16 segundos.
O Astros-II é fabricado pela Avibrás Aeroespacial, de São José dos Campos. O maior usuário é a Arábia Saudita, que comprou 15 baterias em meados dos anos 80, compondo uma frota estimada em 60 carretas disparadoras. O valor do contrato, de 1985, teria ultrapassado a casa de US$ 400 milhões. Antes do Exército saudita, as forças do Iraque, sob o comando de Saddam Hussein, foram equipadas com o sistema Astros-II.
No Oriente Médio, o Catar comprou um conjunto de 4 carretas. Na Ásia, a Malásia recebeu outras 18 unidades dotadas de centros de navegação por GPS digital para estabelecimento contínuo da posição geográfica em tempo real. A encomenda, que já foi entregue, é avaliada em US$ 120 milhões.
O Astros-II foi provado em combate na guerra Irã-Iraque, há 20 anos. Voltou ao campo de batalha na Guerra do Golfo, em 1991 - quando, em um ataque iraquiano contra a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, teria ferido gravemente um general americano - e, de novo, em março de 2003, durante a invasão do Iraque.
A aviação dos EUA incluiu os lançadores da Avibrás entre os objetivos a serem destruídos durante os bombardeios pesados da fase inicial da ocupação.
O ensaio de ontem, em Formosa, envolveu foguetes SS-30, com raio de ação de até 35 km e SS-60, com capacidade na faixa de 70 km. O Astros-II pode ser armado com o SS-40 até o limite de 45 km e a maior de todas as munições, o SS-80, desenhado para ter faixa de desempenho entre 80 km e 100 km, levando uma cabeça de guerra pesando até 150 quilos - na forma de explosivo de alto rendimento, ou 60 bomblets de fragmentação.
Os foguetes de artilharia, não guiados eletronicamente, são um recurso de baixo custo para despejar grande quantidade de fogo sobre uma área específica.
Esse tipo de armamento, em uso há mais de 60 anos, voltou a despertar interesse com a adoção de tecnologias que resultaram em ganho de eficiência e exatidão. Uma salva de seis SS-80 poderia, por exemplo, destruir uma refinaria de petróleo do tamanho da Replan, em Paulínia, a maior do País.
Fonte: O Estado de S.Paulo