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<blockquote data-quote="DELTA22" data-source="post: 367980"><p><img src="http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2075/imagens/satelitegr.jpg" alt="" class="fr-fic fr-dii fr-draggable " style="" /></p><p>Lá não há luz elétrica. O clima é seco. O sol é escaldante. É nesse local, mais precisamente no sertão pernambucano de Moxotó, nos arredores da cidade de Itacuruba, que acabou de ser instalado um dos mais sofisticados telescópios do mundo: o Impacton. Os astrônomos do Observatório Nacional esperam que, até o final do ano, já possam dele se valer para cumprir uma fantástica missão: o rastreamento de asteroides e cometas em possível rota de colisão com a Terra. Isso coloca o Brasil no time de elite desse setor da astronomia. No Hemisfério Norte há, pelo menos, dez telescópios exclusivamente voltados para essa função. No Hemisfério Sul existia apenas um, na Austrália, que está desativado. Entra em cena, então, o Impacton, no momento em que os pesquisadores estimam que 70% dos asteroides e cometas visíveis ao Sul e em rota de colisão com a Terra não tenham sido ainda identificados. Em outras palavras, aqui no Sul estamos "cegos" em relação a essa questão. É o Brasil que dará boa visão ao Hemisfério. Por que Moxotó? Porque lá muito raramente chove. O céu de Moxotó está para o bom desempenho profissional dos astrônomos assim como o chamado "céu de brigadeiro" está para a tranquilidade dos pilotos de aviões.</p><p></p><p>no interior de uma imponente cúpula de sete metros de diâmetro importada da Austrália. Monitorado a distância, via satélite, a partir do Rio de Janeiro (onde se localiza o Observatório Nacional), ele possui espelho, que funciona como lente, de um metro de diâmetro. Para se ter ideia desse alcance, é só lembrar que o telescópio Hubble vasculha o espaço e capta objetos a milhares de anosluz, tudo isso com um espelho de 2,4 metros de diâmetro. Para monitorar o cosmo, o telescópio recebe luz vinda do espaço em seu espelho refletor segmentado em diversas peças hexagonais de vidro e cerâmica que funcionam harmoniosamente sob o comando de um potente computador. Após identificar a luz, uma câmera dotada de sistema de resfriamento termoelétrico e sensores aprimora a qualidade das imagens captadas. Com tal equipamento ótico, o Impacton tem um poder de visão e luminosidade equivalente a cerca de 400 mil pupilas humanas, podendo distinguir qualquer rastro de luz a cerca de dois mil quilômetros. "Existem muitos asteroides que são potencialmente perigosos para a Terra. Eles vivem atravessando a órbita e, de repente, um deles pode se chocar com o planeta", diz o astrofísico Carlos Henrique Veiga, responsável pelo projeto. A estação de observação conta também com uma pequena estação meteorológica que monitorará condições de temperatura, umidade e cobertura de nuvens - fenômeno que ocorre pouquíssimas vezes a cada dois anos. Todas as informações serão transmitidas em tempo real para os pesquisadores do Observatório Nacional.</p><p></p><p>"Perigosos asteroides sempre atravessam a órbita da Terra. Há um sério risco de colisão"</p><p>Carlos Henrique Veiga, astrofísico responsável pelo telescópio</p><p></p><p>O monitoramento de um asteroide consiste inicialmente no traçado de sua rota. Se os pesquisadores enxergarem risco para a Terra, eles passarão a avaliar, então, a sua composição química, porque esses corpos celestes assustam menos pelo tamanho e mais pelo material que carregam em seu interior - ferro e níquel, por exemplo, não se desintegram quando da entrada na atmosfera. O ex-astronauta da Nasa Russell Schweickart, presidente do Painel Internacional sobre Redução da Ameaça de Asteroides (IPATM), exemplifica com a colisão de um cometa contra a Terra em 1908. Foi o ano em que a Sibéria foi atingida com força equivalente a de duas mil bombas atômicas pelo astro Tunguska, com mil quilômetros quadrados. "Se quisermos, podemos pensar em um estádio de futebol voando a 100 mil quilômetros por hora e despencando no coração de Tóquio, Nova York, Londres, Paris ou de qualquer outra grande metrópole do mundo", diz Schweickart. "Pois bem, sem pavor nem alarde, eu acho que deveríamos pensar e nos prevenir." Consciente da importância desse tipo de observação, o Brasil agora se une aos grandes centros de astronomia do mundo. "É importante termos tudo mapeado", diz Veiga. E já se sabe em que alvo o novo telescópio mirará assim que for ligado: em um asteroide que está em rota de colisão e que, se não for desviado, se chocará com a Terra em 2036.</p><p></p><p>Fonte: IstoÉ (Edição 2075 - 19 AGOSTO/2009)</p></blockquote><p></p>
[QUOTE="DELTA22, post: 367980"] [IMG]http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2075/imagens/satelitegr.jpg[/IMG] Lá não há luz elétrica. O clima é seco. O sol é escaldante. É nesse local, mais precisamente no sertão pernambucano de Moxotó, nos arredores da cidade de Itacuruba, que acabou de ser instalado um dos mais sofisticados telescópios do mundo: o Impacton. Os astrônomos do Observatório Nacional esperam que, até o final do ano, já possam dele se valer para cumprir uma fantástica missão: o rastreamento de asteroides e cometas em possível rota de colisão com a Terra. Isso coloca o Brasil no time de elite desse setor da astronomia. No Hemisfério Norte há, pelo menos, dez telescópios exclusivamente voltados para essa função. No Hemisfério Sul existia apenas um, na Austrália, que está desativado. Entra em cena, então, o Impacton, no momento em que os pesquisadores estimam que 70% dos asteroides e cometas visíveis ao Sul e em rota de colisão com a Terra não tenham sido ainda identificados. Em outras palavras, aqui no Sul estamos "cegos" em relação a essa questão. É o Brasil que dará boa visão ao Hemisfério. Por que Moxotó? Porque lá muito raramente chove. O céu de Moxotó está para o bom desempenho profissional dos astrônomos assim como o chamado "céu de brigadeiro" está para a tranquilidade dos pilotos de aviões. no interior de uma imponente cúpula de sete metros de diâmetro importada da Austrália. Monitorado a distância, via satélite, a partir do Rio de Janeiro (onde se localiza o Observatório Nacional), ele possui espelho, que funciona como lente, de um metro de diâmetro. Para se ter ideia desse alcance, é só lembrar que o telescópio Hubble vasculha o espaço e capta objetos a milhares de anosluz, tudo isso com um espelho de 2,4 metros de diâmetro. Para monitorar o cosmo, o telescópio recebe luz vinda do espaço em seu espelho refletor segmentado em diversas peças hexagonais de vidro e cerâmica que funcionam harmoniosamente sob o comando de um potente computador. Após identificar a luz, uma câmera dotada de sistema de resfriamento termoelétrico e sensores aprimora a qualidade das imagens captadas. Com tal equipamento ótico, o Impacton tem um poder de visão e luminosidade equivalente a cerca de 400 mil pupilas humanas, podendo distinguir qualquer rastro de luz a cerca de dois mil quilômetros. "Existem muitos asteroides que são potencialmente perigosos para a Terra. Eles vivem atravessando a órbita e, de repente, um deles pode se chocar com o planeta", diz o astrofísico Carlos Henrique Veiga, responsável pelo projeto. A estação de observação conta também com uma pequena estação meteorológica que monitorará condições de temperatura, umidade e cobertura de nuvens - fenômeno que ocorre pouquíssimas vezes a cada dois anos. Todas as informações serão transmitidas em tempo real para os pesquisadores do Observatório Nacional. "Perigosos asteroides sempre atravessam a órbita da Terra. Há um sério risco de colisão" Carlos Henrique Veiga, astrofísico responsável pelo telescópio O monitoramento de um asteroide consiste inicialmente no traçado de sua rota. Se os pesquisadores enxergarem risco para a Terra, eles passarão a avaliar, então, a sua composição química, porque esses corpos celestes assustam menos pelo tamanho e mais pelo material que carregam em seu interior - ferro e níquel, por exemplo, não se desintegram quando da entrada na atmosfera. O ex-astronauta da Nasa Russell Schweickart, presidente do Painel Internacional sobre Redução da Ameaça de Asteroides (IPATM), exemplifica com a colisão de um cometa contra a Terra em 1908. Foi o ano em que a Sibéria foi atingida com força equivalente a de duas mil bombas atômicas pelo astro Tunguska, com mil quilômetros quadrados. "Se quisermos, podemos pensar em um estádio de futebol voando a 100 mil quilômetros por hora e despencando no coração de Tóquio, Nova York, Londres, Paris ou de qualquer outra grande metrópole do mundo", diz Schweickart. "Pois bem, sem pavor nem alarde, eu acho que deveríamos pensar e nos prevenir." Consciente da importância desse tipo de observação, o Brasil agora se une aos grandes centros de astronomia do mundo. "É importante termos tudo mapeado", diz Veiga. E já se sabe em que alvo o novo telescópio mirará assim que for ligado: em um asteroide que está em rota de colisão e que, se não for desviado, se chocará com a Terra em 2036. Fonte: IstoÉ (Edição 2075 - 19 AGOSTO/2009) [/QUOTE]
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