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<blockquote data-quote="Glaciar" data-source="post: 2275878" data-attributes="member: 29595"><p>Interesantisima entrevista al Comandante de la Marinha do Brasil, Almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira</p><p></p><p></p><p>2 de agosto de 2017</p><p><strong></strong></p><p><strong><span style="font-size: 12px"><a href="http://www.planobrazil.com/insiderentrevista-85-minutos-com-o-almirante-eduardo-leal-ferreira-comandante-da-mb-e-algumas-surpresas-sobre-os-rumos-que-ele-ainda-pretende-imprimir-a-forca/">INSIDER/Entrevista: 85 minutos com o almirante Eduardo Leal Ferreira, Comandante da MB (e algumas surpresas sobre os rumos que ele ainda pretende imprimir à Força)</a></span></strong></p><p><strong></strong></p><p><em><span style="font-size: 12px">A entrevista com o Comandante da Marinha (CM), almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, é, para o jornalista (mesmo velho), uma lição de que ir à fonte certa – e confrontá-la com as dúvidas que pairam sobre a realidade como uma nuvem de comentários, opiniões e sugestões –, é sempre muitíssimo melhor do que tentar adivinhar qual dessas intuições guarda alguma chance de se materializar.</span></em></p><p><span style="font-size: 12px"></span></p><p><span style="font-size: 12px"><em>Nesta terça-feira (01.08) o Comandante da Marinha recepcionou o editor da coluna INSIDER em seu gabinete de Brasília, depois que o visitante foi recebido em almoço pelo diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), contra-almirante Flávio Augusto Viana Rocha, e seu </em>staff<em> do setor de atendimento à Imprensa</em></span></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>Durante a refeição – posta de robalo com cobertura crocante, legumes cozidos no vapor e arroz – (em que se bebeu água e refrigerantes) Rocha advertiu o convidado: “o chefe” desfiaria suas queixas em relação a alguns textos publicados pela coluna. Em especial a um, postado no dia 13 de julho, intitulado “A ESQUADRA CANSADA! Indisponibilidade de meios e de recursos leva a MB a cancelar sua participação na Unitas LVIII”.</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>O diretor de Comunicação da Marinha explicou que a Esquadra não disponibilizou um navio para a Unitas na costa peruana porque não é a da rotina da Marinha participar deste tipo de operação na costa sul-americana do Pacífico.<strong> “Participamos da Unitas somente no Atlântico…</strong>”, aduziu o oficial.</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>Mas durante o encontro de pouco menos de duas horas (dos quais 85 minutos concentrados em conversa objetiva, sem rodeios), Leal Ferreira foi sempre gentil, ameno.</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>Mesmo nos momentos de temperatura mais elevada, quando falou sobre os recentes cortes no orçamento da Marinha, sua repulsa à desativação de navios, sua incredulidade em relação às chances do PROSUPER, a solução que está sendo pensada para a Aviação de Asa Fixa na corporação e a preocupação com a motivação da tropa.</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>O encontro foi testemunhado pelo chefe de gabinete do Comandante, contra-almirante José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, pelo almirante Rocha, pelo chefe do setor de Imprensa do CCSM, capitão de fragata Fabio Candido da Silva, e pelo capitão de fragata Giovani Corrêa, secretário militar do CM.</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>Fazia 22 graus naquele início de tarde, e o Comandante da Marinha, de 65 anos, usava uma jaqueta do uniforme de expediente interno com suas quatro estrelas na cor branca “reluzentes”, costuradas sobre o pano azul do traje. Bebeu-se café e água. Ninguém fumou.</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>(Apenas o almirante Rocha, vez por outra, sussurrava instruções em seu telefone celular, que jamais para de tocar.)</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>No gabinete amplo do CM, cercado de bonitos lambris de madeira, o que, na essência, aconteceu, foi uma entrevista profissional e agradável, com muitos leads (muitas informações relevantes) e algumas verdadeiras surpresas.</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><em>Eis os seus principais trechos:</em></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>O APROVEITAMENTO DOS ESCOLTAS JÁ EXISTENTES</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>Coluna INSIDER</strong> – Nós podemos entender que a Marinha está preparando a volta à ativa da fragata <em>Defensora</em>e das corvetas <em>Júlio de Noronha</em> e <em>Jaceguai</em>, para só aí desprogramar os navios que estão mais cansados, das classe Niterói e Greenhalgh?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>Comandante da Marinha</strong> – Desprogramar por quê? Uma fragata como a <em>Niterói</em> (vista na sequência abaixo), mesmo que não tenha o seu armamento principal completamente ativo, ainda serve, perfeitamente, para atuar como navio-patrulha no Golfo da Guiné.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>Não pretendo mais autorizar a baixa de nenhum dos nossos escoltas</strong>. Meus sucessores que façam isso. Vamos cuidando desses navios [<em>uma informação por escrito entregue pelo diretor do CCSM explicitou que<strong> três classe Niterói e a corveta Barroso serão modernizados em breve</strong></em>] e aproveitando <strong>os maiores para a patrulha oceânica,</strong> que considero muito importante e uma preocupação não apenas nossa, mas de todas as marinhas do mundo…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Diante dessa necessidade não teria sido melhor poupar a corveta <em>Frontin</em> da baixa?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Devido às nossas restrições financeiras e à relação custo/benefício não havia como ficar com a <em>Frontin</em>. Autorizei a baixa dela [<em>em setembro de 2015</em>] com tristeza, comandei esse navio, mas não havia alternativa…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> A renovação da nossa força de escoltas não exigiria a aquisição urgente, por meio de compras de oportunidade, de navios que estão sendo disponibilizados por outras marinhas?…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Quais marinhas? <strong>Se for para comprar as Maestrale, da Marinha italiana, que são da mesma época das nossas Niterói, eu prefiro ficar com as Niterói</strong>, que representam um projeto muito bom…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Mas e os navios que serão, em breve, disponibilizados pela Marinha da Coreia do Sul? A nossa Marinha tem prevenção em relação aos navios asiáticos?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Duas das nossas aquisições mais recentes foram feitas na China, Roberto: a Estação Almirante Ferraz, para a Antártida, e o navio <em>Vital de Oliveira</em> [<em>hidroceanográfico</em>], então não é o caso de se falar em prevenção. Mas é preciso saber se os escoltas fabricados na Coreia do Sul há 20 ou 25 anos ainda são, mesmo, bons navios…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">No ano passado os coreanos nos ofereceram um navio que era caro e a metade do tamanho do nosso <em>Bahia</em>[<em>referência à proposta de venda de um navio-doca classe Makassar, apresentada pelo grupo Posco Daewoo ao então diretor do Arsenal de Marinha do Rio de janeiro, almirante Mário Ferreira Botelho</em>].</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER</strong> <strong>–</strong> A Força está atenta ao fato de que as limitações da Esquadra exigem um esforço muito grande dos três navios classe Amazonas? Eles não estão sendo empregados à exaustão? E o desgaste disso?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Estamos muito atentos a isso, mas é preciso dizer que os navios da classe Amazonas são unidades robustas, projetadas e construídas para navegar muito mesmo, serem muito exigidas…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Uma boa compra feita pelo almirante [<em>Julio</em> <em>Soares de</em>] Moura Neto…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Uma excelente compra feita pelo Moura Neto…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Ainda falando sobre as demandas para a Esquadra nesse cenário de recursos escassos, não seria o caso de a Marinha, para poupar os seus barcos, retirar-se da Força-Tarefa Marítima da UNIFIL, no Líbano?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Não, não… Nossa presença no Líbano é utilíssima para dar experiência e motivação às nossas tripulações. Além disso, os custos dessa participação são compartilhados entre a Marinha e a Organização das Nações Unidas.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> E, falando mais uma vez sobre o pouco dinheiro de que a Força dispõe para tocar s suas prioridades: como o senhor vai fazer para implementar o SisGAAZ [<em>cobertura radárica das regiões marítimas conhecida por Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul</em>]?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Nós vamos desmembrar o SisGAAZ, e começar a fazer um sítio de cada vez, de forma a viabilizar o programa.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>ESTÁGIO ATUAL DO PROCESSO DE OBTENÇÃO DAS CORVETAS CLASSE TAMANDARÉ</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Em que ponto está o processo de obtenção das corvetas classe Tamandaré?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Estamos preparando a emissão de um <em>Request for Proposal</em> e esperamos receber as propostas das empresas que retirarem o documento no decorrer desse segundo semestre e no início do próximo ano.[<em>Na tarde desta quinta-feira, 3 de agosto, a coluna INSIDER recebeu um esclarecimento do Centro de Comunicação Social da Marinha sobre o assunto. <strong>O texto diz que as empresas interessadas na construção das corvetas “receberam chamamento público para tomarem conhecimento que a Força deu início ao projeto das Corvetas Classe Tamandaré e para que possam comprovar capacidade de construir navios de alta complexidade.</strong> As empresas receberam também documento contendo as principais orientações e características e assinaram um termo de confidencialidade. O</em> Request for Proposal (RFP)<em> ainda será emitido finalizando o modelo de negócio”.</em>]<strong>¹</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Não foi um erro fazer um “chamamento público”, abrindo o RFP para 20 empresas? Não teria sido mais prático e, sobretudo, mais rápido convidar apenas alguns fornecedores que a Marinha sabe que estão habilitados para uma iniciativa desse tipo [<em>fornecimento de navios de 2.750 toneladas</em>]?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Não. Sem o “chamamento público” correríamos sempre o risco de expor o nosso processo de obtenção a uma contestação judicial, por parte de alguma empresa que não foi inicialmente convidada a participar da licitação.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Quantas propostas de corveta o senhor acha que a Marinha receberá?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Oito ou nove.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> E quantas serão selecionadas e chamadas a propor uma <em>final and best offer</em>?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Três.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> A Marinha já previu o quanto gastará na fabricação das quatro Tamandarés…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Já, claro. Precisaremos investir 612 milhões Reais, anualmente, pelo período de oito anos.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> E a Marinha terá esse dinheiro?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Não sei (risos), vamos fazer todo o esforço para ter! Mas deixe que eu te diga: até bem pouco tempo o que a Força tinha para gastar na rotina operacional e nos seus projetos até o fim deste ano era 1,8 bilhão de Reais. Agora, com os últimos cortes, essa previsão já baixou para 1,1 bilhão…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> O senhor não acha que a previsão de custo da corveta classe Tamandaré no patamar dos 450 milhões de dólares é algo muito elevado?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> É. E por isso estamos reduzindo essa previsão para alguma coisa em torno dos 350 milhões de dólares.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Um valor ainda alto, mas, afinal de contas, trata-se de um navio que, apesar de ser classificado como corveta, tem o porte, 2.750 toneladas, de uma fragata leve… ou estou enganado?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Não, está certo. O porte é mesmo de uma fragata…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> E estes valores que o senhor mencionou referem-se a navios sendo construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Isso. Ou lá, ou em algum estaleiro do Nordeste. O Vard, de Pernambuco (foto abaixo), que é do grupo Fincantieri, e o Atlântico Sul, que também está se aliando a um parceiro estrangeiro, já demonstraram interesse no programa.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Não sabia dessa parceria envolvendo o Atlântico Sul…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Com um sócio europeu, não sei se com a Navantia…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER</strong> – Ou até ser construído nas instalações do Complexo Industrial Naval de Itaguaí…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Pelos nossos estudos, Itaguaí poderia, sim, construir navios de superfície até o porte de uma corveta. Exigiria alguns investimentos, mas não é muito. Mas isso, naturalmente, é assunto para o futuro, não para esse lote de corvetas que estamos começando a providenciar.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>AS ARTICULAÇÕES DOS INTERESSES DA MARINHA NO ÂMBITO DO GOVERNO</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Fico sempre um pouco irritado com o aparente desinteresse das entidades governamentais e daquelas que falam em nome da construção naval brasileira com os programas claramente urgentes da Marinha do Brasil. Por exemplo: o BNDES não pode ajudar mais a Marinha?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Pode, mas é preciso medir muito bem esses passos, porque estamos falando de empréstimos, que precisarão ser devolvidos. Estamos em contato com o BNDES e também imaginando que talvez possamos captar algum dinheiro com o Fundo da Marinha Mercante. Outro empréstimo… Mas que seria muito bem vindo para viabilizar a construção de um navio-patrulha oceânico, por exemplo…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Como os previstos no PROSUPER?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Isso.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> A propósito, o senhor ainda tem alguma expectativa sobre a liberação do PROSUPER, que foi entregue à Presidência da República no primeiro governo da presidenta Dilma?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Eu já nem falo mais no PROSUPER quando vou ao Palácio do Planalto… Sou muito bem recebido pelo presidente Temer, e tenho sempre o ministro da Defesa do nosso lado, é um grande aliado,<strong> mas não vejo como retomar o PROSUPER na atual conjuntura.</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> O senhor tem conversado com o ministro Henrique Meirelles [<em>da Fazenda</em>] não tem?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Sim, tenho estado com ele. Mas a gente chega lá e o quadro que ele desenha é tão ruim…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>O CASO DA DESPROGRAMAÇÃO DO <em>SÃO PAULO</em></strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Nesse cenário, é de espantar que ainda haja gente que lamente o senhor ter desprogramado o porta-aviões <em>São Paulo</em>, poupando a Marinha de um gasto de 800 milhões de dólares, que era o preço que os franceses pediam pela reforma do navio.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Que 800 milhões? Nos últimos tempos esse custo já havia subido para 1,5 bi…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> <strong>Um e meio bilhão de dólares?!</strong> Para um programa de resultados incertos… aliás os franceses não gostaram de a Marinha ter chegado à conclusão de que os resultados da reforma deviam ser considerados de risco, incertos…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Eles sabiam que eram incertos, Roberto. <strong>Precisaríamos de vapor superaquecido para fazer disparar a catapulta do convés de voo</strong>, e a troca da motorização [<em>de vapor para diesel</em>] não nos garantia isso… Eles sabiam…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> E porque precisamos de três anos para completar a desprogramação do <em>São Paulo</em>? Três anos não é muito tempo?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Não, não é. O <em>São Paulo</em> é um navio do qual a Marinha se orgulha muito. Ainda realizamos eventos nele, e a Diretoria de Engenharia Naval <strong>tem o seu pessoal técnico estudando os detalhes construtivos do navio para, eventualmente, usarmos esse conhecimento quando formos construir o nosso porta-aviões…</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> A propósito, como ficou aquele entendimento, da época do almirante Moura Neto, entre as Marinhas do Brasil e da China, para, eventualmente, estabelecermos uma cooperação na construção de porta-aviões?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Aquilo não avançou. <strong>Os chineses enveredaram por uma opção de projeto que não nos interessa, e a cooperação parou.</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>O DILEMA DA AVIAÇÃO NAVAL DE ASA FIXA</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Falar sobre o porta-aviões nos remete à questão da Aviação Naval de Asa Fixa. Agora já se fala de uma possível redução do número de aeronaves A-4 Skyhawk, na Marinha conhecidas como AF-1, que serão modernizadas… mudança que deixaria o lote modernizado com seis monopostos e três biposto…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Não, não, menos do que isso… <strong>Três bipostos e três ou quatro monopostos só…</strong> Estamos conversando com a Embraer, que sempre é muito compreensiva conosco. Aliás, gosto muito do Jackson Schneider [<em>presidente da Embraer Defesa & Segurança</em>].</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Nesse cenário de diminuição das aeronaves de caça aptas a operar a bordo de porta-aviões, justamente porque já não temos mais o nosso navio-aeródromo, não seria o caso de rever, também, os gastos que estamos tendo com a conversão de quatro aeronaves <em>Trader</em>, nos Estados Unidos, para a versão COD/AAR [<em>Carrier Onboard Delivery/ Air-to-Air Refueling</em>]?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Você tem razão, e nós investigamos a possibilidade de interromper também esse programa, mas ele já está quase com 80% do seu custo quitado, e chegamos à conclusão de que a relação custo/benefício, que poderia envolver contestações judiciais, recomendava continuarmos com o processo de obtenção dos aviões.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> A Marinha não recebeu uma oferta de caças F-18 usados da Marinha dos Estados Unidos?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Eu nunca recebi oferta de aviões, só de helicópteros.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> E agora a Marinha ainda vai receber a Aviação de Patrulha da FAB…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Pois é, essa é uma informação que vem circulando, mas que precisa ser colocada nos seus devidos termos. <strong>Realmente a FAB nos procurou sobre a questão da Aviação de Patrulha, mas não para nos repassar as aeronaves, e sim para pedir que alguns especialistas da Marinha passem a integrar as tripulações dos aviões P-3, particularmente nos postos de sonar e de radar. A FAB acredita que nossa experiência nessas atividades de rastreamento e monitoramento ajudaria a aperfeiçoar a capacidade dos seus militares, e que a integração dos profissionais das duas Forças seria uma experiência enriquecedora para nós também. Eu concordei, ainda mais porque eles planejam transferir os P-3 (foto abaixo) para a Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, onde está a maior parte do nosso pessoal…</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Esses aviões vão, então, trocar Salvador pelo Rio…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Isso. De qualquer forma, o importante é termos os P-3 operando a contento, e, felizmente, os P-3 estão voando muito bem.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>A OFERTA DO PORTA-HELICÓPTEROS <em>OCEAN</em> AO BRASIL</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> O fato de a coluna ter noticiado com exclusividade, ainda no fim de março, a oferta do porta-helicópteros HMS <em>Ocean</em> à MB trouxe algum problema para o senhor?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Nenhum. A única coisa é que eu fiquei sabendo do custo do navio pela sua coluna (risos)… Aliás, já houve caso em que uma observação feita pelo senhor na coluna nos ajudou aqui no Gabinete a refletir sobre determinada situação e tomar uma posição.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> O <em>Ocean</em> vem para o Brasil?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Isso ainda não é possível dizer. Faremos mais uma inspeção no navio este mês, e é preciso avaliar bem o que ele nos exigirá em termos de operação e manutenção [<em>este colunista encontrou alguns colaboradores diretos de Leal Ferreira otimistas com a possibilidade de a Marinha anunciar a compra do HMS Ocean</em>].</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>A MANUTENÇÃO DO MORAL NA FORÇA DE MINAGEM E VARREDURA</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Por falar em expectativas, como é que o senhor lida com as expectativas do pessoal da Força de Minagem e Varredura, que opera navios muito antigos e espera pela renovação dos seus meios há anos…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Antes de mais nada tenho orgulho de dizer que os militares da Força de Minagem e Varredura sabem, perfeitamente, a importância que eles tem. E que se hoje não há, ainda, perspectivas da aquisição de novos meios, eles virão certamente, até porque, para a nova base de submarinos de Itaguaí funcionar em total segurança, precisaremos ter ali uma unidade de contra-medidas de minagem, com embarcações modernas e pronta para atuar. Isso já está estabelecido, é um horizonte que eles conhecem…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> Por que a Marinha não comprou unidades da classe Lerici, italiana, que não são tão caras quanto os navios modernizados oferecidos pela SAAB, da Suécia?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Esses navios são todos muito caros.<strong> Os da classe Lerici não nos foram oferecidos</strong>; os da Suécia, sim. Os suecos estiveram aqui conversando comigo. Quando tivermos uma janela de recursos essas duas classes serão, certamente, examinadas. [<em>Um esclarecimento obtido pelo Centro de Comunicação Social junto ao Comando de Operações Navais acerca dos navios mineiros informou: “a MB interagiu com as Marinhas da Holanda, Itália e Suécia, que disponibilizaram alguns navios existentes, todos da década de 80, que necessitarão sofrer modernização para atender os requisitos da MB. Mantemos o interesse na obtenção dos meios disponibilizados pelas marinhas amigas, em particular os da Suécia e da Itália. Entretanto, qualquer iniciativa de obtenção desses meios está condicionada à disponibilidade orçamentária para a sua execução. No momento o Comando de Operações Navais realiza estudo técnico para a recuperação da capacidade de guerra de minas na MB, que envolve não apenas os meios navais, mas também toda a infraestrutura logística afeta a esse ramo da guerra naval”</em>]</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>A QUESTÃO DA AUTO-ESTIMA</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER –</strong> O senhor se referiu ao orgulho que sente com a noção de responsabilidade do pessoal da Força de Minagem e Varredura. Essa questão do moral alto é uma das suas preocupações…</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM –</strong> Talvez a minha maior preocupação. Quero que o nosso tripulante, embarcado ou em terra, possa dizer de forma totalmente consciente “Eu sou importante”, “Eu estou contribuindo para a manutenção dos padrões operacionais da Força e para a manutenção das tradições da Marinha” que são, em última análise, a própria Defesa do país.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER</strong> – O senhor tem um índice de evasão de oficiais muito alto, em função, por exemplo, das dificuldades salariais?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM</strong> – Não, felizmente.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>INSIDER</strong> – Nem no recrutamento de médicos?</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"><strong>CM</strong> – A tarefa de completar as vagas de médicos é sempre um pouco mais difícil, mas estamos conseguindo fazer isso também.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">En resumen, algunos aspectos que me llamaron la atencion :</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- La MB solo participa en el " Unitas " Atlantico.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- Leal Ferreira no autorizara la baja de ninguna escolta durante su gestion</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- <strong>Tres Fragatas clase " Niteroi " seran modernizadas ( Cascos de 1976 / 1980 </strong>) y la " Barroso " ( 2008 )</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- Destinadas, las " Niteroi ", a patrullaje oceanico.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- Proyecto Tamandare : licitacion internacional con construccion en astillero brasilero. Base : 2750 tons. Presupuesto estimado : U$S 350 por unidad.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- No contempla se retome el programa PROSUPER</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- No renuncia a la probabilidad, a futuro, de construir un portaaviones en Brasil</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- Proyecto de construir un portaaviones conjuntamente con China no prospero.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- Aviacion de ataque con base en tierra de la MB : 3 biplazas y 3/4 monoplazas AF-1</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- <strong>Los P3 Orion de la FAB operaran con radaristas y sonaristas de la MB</strong></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- No confirma ni descarta la incorporacion del " HMS Ocean " a la MB</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">- Dragaminas suecos caros. No le fueron ofrecidos los " Lerici "</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px">Saludos.</span></em></p><p><em><span style="font-size: 12px"></span></em></p></blockquote><p></p>
[QUOTE="Glaciar, post: 2275878, member: 29595"] Interesantisima entrevista al Comandante de la Marinha do Brasil, Almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira 2 de agosto de 2017 [B] [SIZE=3][URL='http://www.planobrazil.com/insiderentrevista-85-minutos-com-o-almirante-eduardo-leal-ferreira-comandante-da-mb-e-algumas-surpresas-sobre-os-rumos-que-ele-ainda-pretende-imprimir-a-forca/']INSIDER/Entrevista: 85 minutos com o almirante Eduardo Leal Ferreira, Comandante da MB (e algumas surpresas sobre os rumos que ele ainda pretende imprimir à Força)[/URL][/SIZE] [/B] [I][SIZE=3]A entrevista com o Comandante da Marinha (CM), almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, é, para o jornalista (mesmo velho), uma lição de que ir à fonte certa – e confrontá-la com as dúvidas que pairam sobre a realidade como uma nuvem de comentários, opiniões e sugestões –, é sempre muitíssimo melhor do que tentar adivinhar qual dessas intuições guarda alguma chance de se materializar.[/SIZE][/I] [SIZE=3] [I]Nesta terça-feira (01.08) o Comandante da Marinha recepcionou o editor da coluna INSIDER em seu gabinete de Brasília, depois que o visitante foi recebido em almoço pelo diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM), contra-almirante Flávio Augusto Viana Rocha, e seu [/I]staff[I] do setor de atendimento à Imprensa[/I][/SIZE] [I][SIZE=3] [I]Durante a refeição – posta de robalo com cobertura crocante, legumes cozidos no vapor e arroz – (em que se bebeu água e refrigerantes) Rocha advertiu o convidado: “o chefe” desfiaria suas queixas em relação a alguns textos publicados pela coluna. Em especial a um, postado no dia 13 de julho, intitulado “A ESQUADRA CANSADA! Indisponibilidade de meios e de recursos leva a MB a cancelar sua participação na Unitas LVIII”.[/I] [I]O diretor de Comunicação da Marinha explicou que a Esquadra não disponibilizou um navio para a Unitas na costa peruana porque não é a da rotina da Marinha participar deste tipo de operação na costa sul-americana do Pacífico.[B] “Participamos da Unitas somente no Atlântico…[/B]”, aduziu o oficial.[/I] [I]Mas durante o encontro de pouco menos de duas horas (dos quais 85 minutos concentrados em conversa objetiva, sem rodeios), Leal Ferreira foi sempre gentil, ameno.[/I] [I]Mesmo nos momentos de temperatura mais elevada, quando falou sobre os recentes cortes no orçamento da Marinha, sua repulsa à desativação de navios, sua incredulidade em relação às chances do PROSUPER, a solução que está sendo pensada para a Aviação de Asa Fixa na corporação e a preocupação com a motivação da tropa.[/I] [I]O encontro foi testemunhado pelo chefe de gabinete do Comandante, contra-almirante José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, pelo almirante Rocha, pelo chefe do setor de Imprensa do CCSM, capitão de fragata Fabio Candido da Silva, e pelo capitão de fragata Giovani Corrêa, secretário militar do CM.[/I] [I]Fazia 22 graus naquele início de tarde, e o Comandante da Marinha, de 65 anos, usava uma jaqueta do uniforme de expediente interno com suas quatro estrelas na cor branca “reluzentes”, costuradas sobre o pano azul do traje. Bebeu-se café e água. Ninguém fumou.[/I] [I](Apenas o almirante Rocha, vez por outra, sussurrava instruções em seu telefone celular, que jamais para de tocar.)[/I] [I]No gabinete amplo do CM, cercado de bonitos lambris de madeira, o que, na essência, aconteceu, foi uma entrevista profissional e agradável, com muitos leads (muitas informações relevantes) e algumas verdadeiras surpresas.[/I] [I]Eis os seus principais trechos:[/I] [B]O APROVEITAMENTO DOS ESCOLTAS JÁ EXISTENTES[/B] [B]Coluna INSIDER[/B] – Nós podemos entender que a Marinha está preparando a volta à ativa da fragata [I]Defensora[/I]e das corvetas [I]Júlio de Noronha[/I] e [I]Jaceguai[/I], para só aí desprogramar os navios que estão mais cansados, das classe Niterói e Greenhalgh? [B]Comandante da Marinha[/B] – Desprogramar por quê? Uma fragata como a [I]Niterói[/I] (vista na sequência abaixo), mesmo que não tenha o seu armamento principal completamente ativo, ainda serve, perfeitamente, para atuar como navio-patrulha no Golfo da Guiné. [B]Não pretendo mais autorizar a baixa de nenhum dos nossos escoltas[/B]. Meus sucessores que façam isso. Vamos cuidando desses navios [[I]uma informação por escrito entregue pelo diretor do CCSM explicitou que[B] três classe Niterói e a corveta Barroso serão modernizados em breve[/B][/I]] e aproveitando [B]os maiores para a patrulha oceânica,[/B] que considero muito importante e uma preocupação não apenas nossa, mas de todas as marinhas do mundo… [B]INSIDER –[/B] Diante dessa necessidade não teria sido melhor poupar a corveta [I]Frontin[/I] da baixa? [B]CM –[/B] Devido às nossas restrições financeiras e à relação custo/benefício não havia como ficar com a [I]Frontin[/I]. Autorizei a baixa dela [[I]em setembro de 2015[/I]] com tristeza, comandei esse navio, mas não havia alternativa… [B]INSIDER –[/B] A renovação da nossa força de escoltas não exigiria a aquisição urgente, por meio de compras de oportunidade, de navios que estão sendo disponibilizados por outras marinhas?… [B]CM –[/B] Quais marinhas? [B]Se for para comprar as Maestrale, da Marinha italiana, que são da mesma época das nossas Niterói, eu prefiro ficar com as Niterói[/B], que representam um projeto muito bom… [B]INSIDER –[/B] Mas e os navios que serão, em breve, disponibilizados pela Marinha da Coreia do Sul? A nossa Marinha tem prevenção em relação aos navios asiáticos? [B]CM –[/B] Duas das nossas aquisições mais recentes foram feitas na China, Roberto: a Estação Almirante Ferraz, para a Antártida, e o navio [I]Vital de Oliveira[/I] [[I]hidroceanográfico[/I]], então não é o caso de se falar em prevenção. Mas é preciso saber se os escoltas fabricados na Coreia do Sul há 20 ou 25 anos ainda são, mesmo, bons navios… No ano passado os coreanos nos ofereceram um navio que era caro e a metade do tamanho do nosso [I]Bahia[/I][[I]referência à proposta de venda de um navio-doca classe Makassar, apresentada pelo grupo Posco Daewoo ao então diretor do Arsenal de Marinha do Rio de janeiro, almirante Mário Ferreira Botelho[/I]]. [B]INSIDER[/B] [B]–[/B] A Força está atenta ao fato de que as limitações da Esquadra exigem um esforço muito grande dos três navios classe Amazonas? Eles não estão sendo empregados à exaustão? E o desgaste disso? [B]CM –[/B] Estamos muito atentos a isso, mas é preciso dizer que os navios da classe Amazonas são unidades robustas, projetadas e construídas para navegar muito mesmo, serem muito exigidas… [B]INSIDER –[/B] Uma boa compra feita pelo almirante [[I]Julio[/I] [I]Soares de[/I]] Moura Neto… [B]CM –[/B] Uma excelente compra feita pelo Moura Neto… [B]INSIDER –[/B] Ainda falando sobre as demandas para a Esquadra nesse cenário de recursos escassos, não seria o caso de a Marinha, para poupar os seus barcos, retirar-se da Força-Tarefa Marítima da UNIFIL, no Líbano? [B]CM –[/B] Não, não… Nossa presença no Líbano é utilíssima para dar experiência e motivação às nossas tripulações. Além disso, os custos dessa participação são compartilhados entre a Marinha e a Organização das Nações Unidas. [B]INSIDER –[/B] E, falando mais uma vez sobre o pouco dinheiro de que a Força dispõe para tocar s suas prioridades: como o senhor vai fazer para implementar o SisGAAZ [[I]cobertura radárica das regiões marítimas conhecida por Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul[/I]]? [B]CM –[/B] Nós vamos desmembrar o SisGAAZ, e começar a fazer um sítio de cada vez, de forma a viabilizar o programa. [B]ESTÁGIO ATUAL DO PROCESSO DE OBTENÇÃO DAS CORVETAS CLASSE TAMANDARÉ[/B] [B]INSIDER –[/B] Em que ponto está o processo de obtenção das corvetas classe Tamandaré? [B]CM –[/B] Estamos preparando a emissão de um [I]Request for Proposal[/I] e esperamos receber as propostas das empresas que retirarem o documento no decorrer desse segundo semestre e no início do próximo ano.[[I]Na tarde desta quinta-feira, 3 de agosto, a coluna INSIDER recebeu um esclarecimento do Centro de Comunicação Social da Marinha sobre o assunto. [B]O texto diz que as empresas interessadas na construção das corvetas “receberam chamamento público para tomarem conhecimento que a Força deu início ao projeto das Corvetas Classe Tamandaré e para que possam comprovar capacidade de construir navios de alta complexidade.[/B] As empresas receberam também documento contendo as principais orientações e características e assinaram um termo de confidencialidade. O[/I] Request for Proposal (RFP)[I] ainda será emitido finalizando o modelo de negócio”.[/I]][B]¹[/B] [B]INSIDER –[/B] Não foi um erro fazer um “chamamento público”, abrindo o RFP para 20 empresas? Não teria sido mais prático e, sobretudo, mais rápido convidar apenas alguns fornecedores que a Marinha sabe que estão habilitados para uma iniciativa desse tipo [[I]fornecimento de navios de 2.750 toneladas[/I]]? [B]CM –[/B] Não. Sem o “chamamento público” correríamos sempre o risco de expor o nosso processo de obtenção a uma contestação judicial, por parte de alguma empresa que não foi inicialmente convidada a participar da licitação. [B]INSIDER –[/B] Quantas propostas de corveta o senhor acha que a Marinha receberá? [B]CM –[/B] Oito ou nove. [B]INSIDER –[/B] E quantas serão selecionadas e chamadas a propor uma [I]final and best offer[/I]? [B]CM –[/B] Três. [B]INSIDER –[/B] A Marinha já previu o quanto gastará na fabricação das quatro Tamandarés… [B]CM –[/B] Já, claro. Precisaremos investir 612 milhões Reais, anualmente, pelo período de oito anos. [B]INSIDER –[/B] E a Marinha terá esse dinheiro? [B]CM –[/B] Não sei (risos), vamos fazer todo o esforço para ter! Mas deixe que eu te diga: até bem pouco tempo o que a Força tinha para gastar na rotina operacional e nos seus projetos até o fim deste ano era 1,8 bilhão de Reais. Agora, com os últimos cortes, essa previsão já baixou para 1,1 bilhão… [B]INSIDER –[/B] O senhor não acha que a previsão de custo da corveta classe Tamandaré no patamar dos 450 milhões de dólares é algo muito elevado? [B]CM –[/B] É. E por isso estamos reduzindo essa previsão para alguma coisa em torno dos 350 milhões de dólares. [B]INSIDER –[/B] Um valor ainda alto, mas, afinal de contas, trata-se de um navio que, apesar de ser classificado como corveta, tem o porte, 2.750 toneladas, de uma fragata leve… ou estou enganado? [B]CM –[/B] Não, está certo. O porte é mesmo de uma fragata… [B]INSIDER –[/B] E estes valores que o senhor mencionou referem-se a navios sendo construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro… [B]CM –[/B] Isso. Ou lá, ou em algum estaleiro do Nordeste. O Vard, de Pernambuco (foto abaixo), que é do grupo Fincantieri, e o Atlântico Sul, que também está se aliando a um parceiro estrangeiro, já demonstraram interesse no programa. [B]INSIDER –[/B] Não sabia dessa parceria envolvendo o Atlântico Sul… [B]CM –[/B] Com um sócio europeu, não sei se com a Navantia… [B]INSIDER[/B] – Ou até ser construído nas instalações do Complexo Industrial Naval de Itaguaí… [B]CM –[/B] Pelos nossos estudos, Itaguaí poderia, sim, construir navios de superfície até o porte de uma corveta. Exigiria alguns investimentos, mas não é muito. Mas isso, naturalmente, é assunto para o futuro, não para esse lote de corvetas que estamos começando a providenciar. [B]AS ARTICULAÇÕES DOS INTERESSES DA MARINHA NO ÂMBITO DO GOVERNO[/B] [B]INSIDER –[/B] Fico sempre um pouco irritado com o aparente desinteresse das entidades governamentais e daquelas que falam em nome da construção naval brasileira com os programas claramente urgentes da Marinha do Brasil. Por exemplo: o BNDES não pode ajudar mais a Marinha? [B]CM –[/B] Pode, mas é preciso medir muito bem esses passos, porque estamos falando de empréstimos, que precisarão ser devolvidos. Estamos em contato com o BNDES e também imaginando que talvez possamos captar algum dinheiro com o Fundo da Marinha Mercante. Outro empréstimo… Mas que seria muito bem vindo para viabilizar a construção de um navio-patrulha oceânico, por exemplo… [B]INSIDER –[/B] Como os previstos no PROSUPER? [B]CM –[/B] Isso. [B]INSIDER –[/B] A propósito, o senhor ainda tem alguma expectativa sobre a liberação do PROSUPER, que foi entregue à Presidência da República no primeiro governo da presidenta Dilma? [B]CM –[/B] Eu já nem falo mais no PROSUPER quando vou ao Palácio do Planalto… Sou muito bem recebido pelo presidente Temer, e tenho sempre o ministro da Defesa do nosso lado, é um grande aliado,[B] mas não vejo como retomar o PROSUPER na atual conjuntura.[/B] [B]INSIDER –[/B] O senhor tem conversado com o ministro Henrique Meirelles [[I]da Fazenda[/I]] não tem? [B]CM –[/B] Sim, tenho estado com ele. Mas a gente chega lá e o quadro que ele desenha é tão ruim… [B]O CASO DA DESPROGRAMAÇÃO DO [I]SÃO PAULO[/I][/B] [B]INSIDER –[/B] Nesse cenário, é de espantar que ainda haja gente que lamente o senhor ter desprogramado o porta-aviões [I]São Paulo[/I], poupando a Marinha de um gasto de 800 milhões de dólares, que era o preço que os franceses pediam pela reforma do navio. [B]CM –[/B] Que 800 milhões? Nos últimos tempos esse custo já havia subido para 1,5 bi… [B]INSIDER –[/B] [B]Um e meio bilhão de dólares?![/B] Para um programa de resultados incertos… aliás os franceses não gostaram de a Marinha ter chegado à conclusão de que os resultados da reforma deviam ser considerados de risco, incertos… [B]CM –[/B] Eles sabiam que eram incertos, Roberto. [B]Precisaríamos de vapor superaquecido para fazer disparar a catapulta do convés de voo[/B], e a troca da motorização [[I]de vapor para diesel[/I]] não nos garantia isso… Eles sabiam… [B]INSIDER –[/B] E porque precisamos de três anos para completar a desprogramação do [I]São Paulo[/I]? Três anos não é muito tempo? [B]CM –[/B] Não, não é. O [I]São Paulo[/I] é um navio do qual a Marinha se orgulha muito. Ainda realizamos eventos nele, e a Diretoria de Engenharia Naval [B]tem o seu pessoal técnico estudando os detalhes construtivos do navio para, eventualmente, usarmos esse conhecimento quando formos construir o nosso porta-aviões…[/B] [B]INSIDER –[/B] A propósito, como ficou aquele entendimento, da época do almirante Moura Neto, entre as Marinhas do Brasil e da China, para, eventualmente, estabelecermos uma cooperação na construção de porta-aviões? [B]CM –[/B] Aquilo não avançou. [B]Os chineses enveredaram por uma opção de projeto que não nos interessa, e a cooperação parou.[/B] [B]O DILEMA DA AVIAÇÃO NAVAL DE ASA FIXA[/B] [B]INSIDER –[/B] Falar sobre o porta-aviões nos remete à questão da Aviação Naval de Asa Fixa. Agora já se fala de uma possível redução do número de aeronaves A-4 Skyhawk, na Marinha conhecidas como AF-1, que serão modernizadas… mudança que deixaria o lote modernizado com seis monopostos e três biposto… [B]CM –[/B] Não, não, menos do que isso… [B]Três bipostos e três ou quatro monopostos só…[/B] Estamos conversando com a Embraer, que sempre é muito compreensiva conosco. Aliás, gosto muito do Jackson Schneider [[I]presidente da Embraer Defesa & Segurança[/I]]. [B]INSIDER –[/B] Nesse cenário de diminuição das aeronaves de caça aptas a operar a bordo de porta-aviões, justamente porque já não temos mais o nosso navio-aeródromo, não seria o caso de rever, também, os gastos que estamos tendo com a conversão de quatro aeronaves [I]Trader[/I], nos Estados Unidos, para a versão COD/AAR [[I]Carrier Onboard Delivery/ Air-to-Air Refueling[/I]]? [B]CM –[/B] Você tem razão, e nós investigamos a possibilidade de interromper também esse programa, mas ele já está quase com 80% do seu custo quitado, e chegamos à conclusão de que a relação custo/benefício, que poderia envolver contestações judiciais, recomendava continuarmos com o processo de obtenção dos aviões. [B]INSIDER –[/B] A Marinha não recebeu uma oferta de caças F-18 usados da Marinha dos Estados Unidos? [B]CM –[/B] Eu nunca recebi oferta de aviões, só de helicópteros. [B]INSIDER –[/B] E agora a Marinha ainda vai receber a Aviação de Patrulha da FAB… [B]CM –[/B] Pois é, essa é uma informação que vem circulando, mas que precisa ser colocada nos seus devidos termos. [B]Realmente a FAB nos procurou sobre a questão da Aviação de Patrulha, mas não para nos repassar as aeronaves, e sim para pedir que alguns especialistas da Marinha passem a integrar as tripulações dos aviões P-3, particularmente nos postos de sonar e de radar. A FAB acredita que nossa experiência nessas atividades de rastreamento e monitoramento ajudaria a aperfeiçoar a capacidade dos seus militares, e que a integração dos profissionais das duas Forças seria uma experiência enriquecedora para nós também. Eu concordei, ainda mais porque eles planejam transferir os P-3 (foto abaixo) para a Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, onde está a maior parte do nosso pessoal…[/B] [B]INSIDER –[/B] Esses aviões vão, então, trocar Salvador pelo Rio… [B]CM –[/B] Isso. De qualquer forma, o importante é termos os P-3 operando a contento, e, felizmente, os P-3 estão voando muito bem. [B]A OFERTA DO PORTA-HELICÓPTEROS [I]OCEAN[/I] AO BRASIL[/B] [B]INSIDER –[/B] O fato de a coluna ter noticiado com exclusividade, ainda no fim de março, a oferta do porta-helicópteros HMS [I]Ocean[/I] à MB trouxe algum problema para o senhor? [B]CM –[/B] Nenhum. A única coisa é que eu fiquei sabendo do custo do navio pela sua coluna (risos)… Aliás, já houve caso em que uma observação feita pelo senhor na coluna nos ajudou aqui no Gabinete a refletir sobre determinada situação e tomar uma posição. [B]INSIDER –[/B] O [I]Ocean[/I] vem para o Brasil? [B]CM –[/B] Isso ainda não é possível dizer. Faremos mais uma inspeção no navio este mês, e é preciso avaliar bem o que ele nos exigirá em termos de operação e manutenção [[I]este colunista encontrou alguns colaboradores diretos de Leal Ferreira otimistas com a possibilidade de a Marinha anunciar a compra do HMS Ocean[/I]]. [B]A MANUTENÇÃO DO MORAL NA FORÇA DE MINAGEM E VARREDURA[/B] [B]INSIDER –[/B] Por falar em expectativas, como é que o senhor lida com as expectativas do pessoal da Força de Minagem e Varredura, que opera navios muito antigos e espera pela renovação dos seus meios há anos… [B]CM –[/B] Antes de mais nada tenho orgulho de dizer que os militares da Força de Minagem e Varredura sabem, perfeitamente, a importância que eles tem. E que se hoje não há, ainda, perspectivas da aquisição de novos meios, eles virão certamente, até porque, para a nova base de submarinos de Itaguaí funcionar em total segurança, precisaremos ter ali uma unidade de contra-medidas de minagem, com embarcações modernas e pronta para atuar. Isso já está estabelecido, é um horizonte que eles conhecem… [B]INSIDER –[/B] Por que a Marinha não comprou unidades da classe Lerici, italiana, que não são tão caras quanto os navios modernizados oferecidos pela SAAB, da Suécia? [B]CM –[/B] Esses navios são todos muito caros.[B] Os da classe Lerici não nos foram oferecidos[/B]; os da Suécia, sim. Os suecos estiveram aqui conversando comigo. Quando tivermos uma janela de recursos essas duas classes serão, certamente, examinadas. [[I]Um esclarecimento obtido pelo Centro de Comunicação Social junto ao Comando de Operações Navais acerca dos navios mineiros informou: “a MB interagiu com as Marinhas da Holanda, Itália e Suécia, que disponibilizaram alguns navios existentes, todos da década de 80, que necessitarão sofrer modernização para atender os requisitos da MB. Mantemos o interesse na obtenção dos meios disponibilizados pelas marinhas amigas, em particular os da Suécia e da Itália. Entretanto, qualquer iniciativa de obtenção desses meios está condicionada à disponibilidade orçamentária para a sua execução. No momento o Comando de Operações Navais realiza estudo técnico para a recuperação da capacidade de guerra de minas na MB, que envolve não apenas os meios navais, mas também toda a infraestrutura logística afeta a esse ramo da guerra naval”[/I]] [B]A QUESTÃO DA AUTO-ESTIMA[/B] [B]INSIDER –[/B] O senhor se referiu ao orgulho que sente com a noção de responsabilidade do pessoal da Força de Minagem e Varredura. Essa questão do moral alto é uma das suas preocupações… [B]CM –[/B] Talvez a minha maior preocupação. Quero que o nosso tripulante, embarcado ou em terra, possa dizer de forma totalmente consciente “Eu sou importante”, “Eu estou contribuindo para a manutenção dos padrões operacionais da Força e para a manutenção das tradições da Marinha” que são, em última análise, a própria Defesa do país. [B]INSIDER[/B] – O senhor tem um índice de evasão de oficiais muito alto, em função, por exemplo, das dificuldades salariais? [B]CM[/B] – Não, felizmente. [B]INSIDER[/B] – Nem no recrutamento de médicos? [B]CM[/B] – A tarefa de completar as vagas de médicos é sempre um pouco mais difícil, mas estamos conseguindo fazer isso também. En resumen, algunos aspectos que me llamaron la atencion : - La MB solo participa en el " Unitas " Atlantico. - Leal Ferreira no autorizara la baja de ninguna escolta durante su gestion - [B]Tres Fragatas clase " Niteroi " seran modernizadas ( Cascos de 1976 / 1980 [/B]) y la " Barroso " ( 2008 ) - Destinadas, las " Niteroi ", a patrullaje oceanico. - Proyecto Tamandare : licitacion internacional con construccion en astillero brasilero. Base : 2750 tons. Presupuesto estimado : U$S 350 por unidad. - No contempla se retome el programa PROSUPER - No renuncia a la probabilidad, a futuro, de construir un portaaviones en Brasil - Proyecto de construir un portaaviones conjuntamente con China no prospero. - Aviacion de ataque con base en tierra de la MB : 3 biplazas y 3/4 monoplazas AF-1 - [B]Los P3 Orion de la FAB operaran con radaristas y sonaristas de la MB[/B] - No confirma ni descarta la incorporacion del " HMS Ocean " a la MB - Dragaminas suecos caros. No le fueron ofrecidos los " Lerici " Saludos. [/SIZE][/I] [/QUOTE]
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