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<blockquote data-quote="Tikuna" data-source="post: 419718" data-attributes="member: 6173"><p>Exclusivo - Programa VBTP-MR: O Exército Brasileiro toma uma decisão importante </p><p>Dom, 05 de Abril de 2009 18:51</p><p>Leia matéria exclusiva com fotos do protótipo que será apresentado na LAAD 2009</p><p></p><p>Por Reginaldo Bacchi</p><p>Durante muitos anos, os veículos Urutu e Cascavel, produzidos pela ENGESA, vêm prestando excelentes serviços nas unidades de reconhecimento do Exército Brasileiro (EB). Todavia, a necessidade de sua substituição já se faz sentir há algum tempo, pois se tratam de veículos projetados nos anos de 1970, e hoje, obsoletos.</p><p></p><p>Além da antiguidade, esses dois carros sofriam, do ponto de vista de produção, o fato de que foram idealizados em momentos diferentes, para usuários distintos: o Cascavel para o EB, e o Urutu para o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Isso levou a veículos com um índice de comunalidade baixo, já que os únicos componentes iguais dos dois são a suspensão traseira (bumerangue), o motor e a transmissão.</p><p></p><p>Dessa forma, seria de suma importância que os seus substitutos fossem projetados, desde o inicio, como uma família, com a maior quantidade possível de itens comuns, como é a linhagem Stryker do Exército dos Estados Unidos (US Army).</p><p></p><p>O EB, evidentemente, levou isso em consideração e, ao emitir seu Requisitos Operacionais Básicos (ROB) nº 09/99, em que definiu a sua viatura blindada de transporte de pessoal média sobre rodas (VBTP-MR 6X6), especificou também uma série de versões derivadas: comunicações, Comando e Controle, socorro mecânico, porta morteiro de 120mm, ambulância, posto de comando, direção de tiro, oficina e, em versão 8X8, as viaturas de combate de fuzileiros (VBCI) e de reconhecimento.</p><p></p><p>Deve-se notar que a Lei 8666/93 no artigo 24, inciso 26, permite ao Exército, para os casos que envolvam cumulativamente, alta complexidade tecnológica e Defesa Nacional, fazer a escolha do fornecedor sem necessidade de uma concorrência.</p><p></p><p>Atenta à excepcional importância deste programa e à complexidade do mesmo, a instituição, mesmo podendo dispensar a licitação, seguir os trâmites de uma concorrência, com os seguintes requisitos:</p><p></p><p>• Orçamento – valor, consistência, cronograma de desembolso;</p><p>• Risco na escolha do parceiro – histórico econômico e técnico do parceiro ao longo do tempo;</p><p>• Logística; e</p><p>• Desenvolvimento científico-tecnológico – capacidade de transferência de tecnologia.</p><p></p><p>Logo depois, começou o processo de seleção de uma empresa capaz de trabalhar com a Força no projeto dessa nova família e que culminou, em 9 de agosto 2007, com a seleção da FIAT Automóveis S.A.- Divisão IVECO, com a qual foi assinado um contrato em 22 de dezembro daquele ano. Posteriormente, a razão social da empresa foi modificada para IVECO Latin America Ltda.</p><p></p><p>Tudo indica que a IVECO foi uma excelente escolha, pois na Itália é a projetista e produtora de veículos blindados sobre rodas e co-participante, com a OTO-Melara, nos veículos sobre lagartas Aríete (carro de combate) e Dardo (VBTP) do Exército Italiano.</p><p></p><p></p><p>Os produtos militares da IVECO</p><p></p><p>O primeiro projeto italiano de um veículo blindado depois da Segunda Guerra Mundial foi de responsabilidade da FIAT. Era o blindado Tipo 6616, um 4X4 de oito toneladas, dotado de um canhão de 20mm. O protótipo ficou pronto em 1972, sendo sua produção (cerca de 300 carros) fornecida à Itália, Peru, Somália e outros.</p><p></p><p>Em seguida veio um VBTP, o Tipo 6614, também um 4X4 de 8,5 toneladas, com capacidade de transporte de 11 soldados. Foram produzidos 1.160 unidades vendias para a Itália, Argentina, Coréia do Sul (produção local), Peru, Somália, Tunísia e Venezuela.</p><p></p><p>Em 1985, surgiu a IVECO (Industrial Vehicles Corporation), integrando a FIAT Veicoli Industriali S.p.A., a Unic (França) e a Magirus Deutz AG (Alemanha).</p><p></p><p>No começo dos anos de 1980, em função de requisitos do Exército Italiano, a IVECO estabeleceu um programa de longo prazo que consistia dos VBTP 6634G AVL (em versões 4X4 e 6X6), 6633 AVM (4X4), 6636 AVH (6X6, com canhão de 90mm), e 6638G (8X8, com canhão de 105mm). O 6634 foi adotado na Itália tanto no modelo 4X4 (5,5 toneladas e sete ocupantes, num total de 300), como na 6X6 (7,5 toneladas e nove ocupantes, num total de 240), recebendo o nome de Puma.</p><p></p><p>O 6638G, que se tornou conhecido como Centauro, teve seu protótipo completado em janeiro de 1987, entrando em produção em 1989. Ele é equipado com um possante canhão de 105mm, da série L7/M68, sendo que foi o primeiro veículo blindado sobre rodas a receber um armamento deste tipo. Possui um peso de 25 toneladas e sua tripulação é de quatro militares. Até agora, foram fabricados 400 carros para o Exército Italiano e 84 para o Exército da Espanha. O último lote de produção do Centauro (150 exemplares) apresentou uma modificação no sentido de se alongar 22 centímentos, os quais, somados ao espaço anteriormente existente, permite o transporte de quatro soldados. Aliás, todos os carros vendidos à Espanha são deste tipo. Atualmente, o Centauro está sendo oferecido no mercado com um canhão de 120mm.</p><p></p><p>Em 1996, foi apresentado o VBTP derivado do Centauro, com peso de 24 toneladas, canhão de 25mm, podendo transportar nove soldados.</p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p>O mais recente desenvolvimento da IVECO é o LMV (M 65E19 WM 4X4). Trata-se de um VBTP leve, com sete toneladas de peso e tripulação de quatro militares, destinado a emprego em funções de comando, reconhecimento e ligação, sendo que o Exército Italiano já fez um pedido de 1.210 carros à IVECO, sob o nome de Lince. Em termos de exportação, foram contratados 440 para a Bélgica, 60 para a Noruega e 40 para a Espanha. E, em T&D nº 103, a revista falou da participação do LMV italiano em uma concorrência para o Exército Britânico, a FCLV ( Future Command and Liaison Vehicle), que também acabou sendo vencida pelo Lince. Batizado de Panther em terras de Sua Majestade, terá 401 unidades construídas pela BAE Systems.</p><p></p><p>No momento, o LMV é um dos postulantes ao programa GFF (Geschützt Führungs-und-Funktionsfahrzeuge), da Alemanha, na classe 2 (veículos com capacidade de carga de 1 a 2 toneladas, capazes de serem helitransportados por CH-53 G), junto com a Rheinmetall Landsysteme, com o nome de Caracal.</p><p></p><p></p><p>Programa VBTP-MR</p><p></p><p>Mas, voltando ao Brasil, uma das primeiras ações ao se concretizar a parceria entre o EB e a IVECO, foi a de se definir as responsabilidades. Ao EB coube o gerenciamento total do programa, a formulação conceitual do veículo e da família de blindados médios de rodas (com o estabelecimento de suas condicionantes e requisitos, além do projeto básico do VBTP-MR), planejamento e controle e a realização dos testes do protótipo, incluindo as avaliações técnica e operacional.</p><p></p><p>Outra área importante a cargo do EB é a do desenvolvimento das blindagens estrutural e adicionais (add-on e spall liner) a ser empregada, que em função de posteriores estudos levaram à escolha, para a execução do projeto, do mesmo instituto que atua em parceria com a IVECO.</p><p></p><p>A IVECO estará encarregada do projeto específico (desde os desenhos iniciais até o detalhamento final), fabricação do protótipo (da construção da maquete em tamanho natural aos testes de Engenharia), acompanhamento dos testes e eventuais correções de problemas que venham a aparecer, fabricação do lote piloto de 16 carros e, neste mesmo período, preparação da documentação técnica, seleção das peças sobressalentes, projeto e fabricação de equipamentos de testes e manutenção.</p><p></p><p>Ao mesmo tempo, estabeleceu-se o cronograma:</p><p></p><p>- Projeto do veículo: de janeiro de 2008 a agosto de 2009;</p><p>- Fabricação do protótipo: de fevereiro a dezembro de 2009, com o protótipo pronto para testes no começo de janeiro de 2010;</p><p>- Avaliação: de março a fins de dezembro de 2010;</p><p>- Fabricação do lote piloto: de janeiro a fins de dezembro de 2011;</p><p>- Documentação técnica: entre janeiro de 2008 e fins de dezembro de 2011; e</p><p>- O programa de desenvolvimento deverá estar concluído no final de dezembro de 2011.</p><p></p><p>Em vista disso, a IVECO nomeou o engenheiro Giovani D’Ambrosio para ser o responsável, no Brasil, pelo projeto. Ele se reporta na Itália ao engenheiro Renato Properzi. Esta nomeação ressalta a importância conferiada pela IVECO ao empreendimento, pois Propezi foi o encarregado do desenvovimento do Centauro 8X8 e de outro produtos militares da empresa. Também montou um escritório de projeto, específico, junto à COMAU do Brasil, pertencente à FIAT, na fábrica de Betim (MG), onde os trabalhos são executados em conjunto com engenheiros do Exército (quatro oficiais, em revezamento de dois a cada ano, para treinar o maior número possível de técnicos da Força no desenvolvimento de veículos blindados). Em Sete Lagoas (MG), está sendo construído um galpão exclusivo para a produção dos carros e, ao mesmo tempo, deverá alojar todo o pessoal envolvido no processo.</p><p></p><p></p><p>O veículo</p><p></p><p>O VBTP-MR básico será destinado ao transporte de um grupo de combate do Exército Brasileiro (um sargento e oito praças) e uma tripulação de motorista e atirador. Seu peso em ordem de combate é de 16,7 toneladas, o que (combinado com suas dimensões), permite seu transporte por avião do porte do C-130 Hércules. A propulsão será feita pelo motor IVECO modelo Cursor 9, com potência máxima de 383 CV a 2.100rpm, e conjugado máximo de 1.500 Nm a 1.400 rpm. Este motor será produzido no Brasil pela FIAT Power Train como substituto dos atuais motores Cursor 8 e 10. Com regulagem eletrônica, o Cursor 9 poderá chegar a até 440 CV e, com tal potência, será empregado nos VBTP-MR 8X8.</p><p></p><p>A velocidade máxima em estrada vai chegar a 100 km/h, e a mínima será de 3,5 km/h. A autonomia em estrada e velocidade 70 km/h será de 600 quilômetros. A caixa de cambio será a ZF série 600, tipo 6 modelo HP602S, com seis marchas a frente e uma à ré. Está sendo montada pela ZF em Sorocaba (SP).</p><p></p><p>Para se obter uma boa distribuição de peso sobre as várias rodas, as do meio foram deslocadas para a frente (em relação ao que era no Urutu), o que também aumenta a largura dos obstáculos que podem ser superados. Isso torna necessário que estas rodas sejam esterçadas em conjunto com as da frente. A suspensão nas seis rodas é do tipo McPherson, hidropneumática. O carro poderá superar aclives de 60% e se deslocar com uma inclinação lateral de 30%.</p><p></p><p>Uma característica importante no projeto foi a capacidade anfíbia, com uma velocidade de deslocamento na água da ordem de 9 km/h. Nos exemplares dotados com canhão de 30mm, e que pesarão 1,5 toneladas a mais, a flutuação será conseguida com a adição de flutuadores modulares laterais, de alumínio, preenchidos com espuma de um polímero capaz de tapar furos que venha a receber, automaticamente.</p><p></p><p>A proteção balistica e contra minas será conforme a norma STANAG 4569. A parte inferior do carro terá geometria apropriada para desviar a onda de choque da explosão de uma mina para fora, e os assentos dos tripulantes serão suspensos, sendo que os mesmos não apoiarão os pés no veículo durante o deslocamento. Além da blindagem estrutural, o veículo receberá uma forração interna (spall liner) contra fragmentos provenientes de impactos de projeteis e estilhaços de granadas de artilharia e será preparado para receber blindagem adicional externa, de painéis com material cerâmico, contra ameaças de energia cinética.</p><p></p><p>Outro fator que está sendo trabalho é o da diminuição das assinaturas visual, térmica e de radar. A detecção visual é diminuida pela adoção de camuflagem. A térmica é reduzida pela passagem do fluxo do ar de refrigeração do motor, transversalmente à tubulação de escapamento do motor. Já contra a detecção por radar, o projeto foi analisado de forma que pudesse eliminar, o máximo possível, os centros espalhadores dos eco-radares, com a adoção de pintura com materiais absorventes de radiação. </p><p></p><p></p><p></p><p></p><p></p><p>Armamento e Versões</p><p></p><p>O exército está trabalhando com várias opções de armamento. A mais simples será uma torre com atirador externo, que poderá receber metralhadora 7,62mm ou 12.7mm, ou lança-granadas automático de 40mm. Nesse caso, o comandante terá uma escotilha para observação.</p><p></p><p>Uma hipótese que pode ser chamada de intermediária terá a mesma possibilidade de armamento, mas será um sistema de armas remotamente controlado, do interior da viatura. Aqui, o comandante terá meios de observação próprios, para assessar a situação tática externa.</p><p></p><p>Por fim, para levar o VBTP-MR à condição de VBCI, haverá a torre de controle remoto da ELBIT, equipada com o canhão de 30mm ATK, modelo Mk.44 e metralhadora de 7,62mm, podendo ainda disparar misseis anti carro guiados. Esta torre, com giro de 360 graus e elevação/depressão de -15 a + 60 graus, foi escolhida pelo EB numa seleção feita entre quatro empresas fabricantes desse tipo de equipamento e está sendo prevista a sua fabricação no Brasil. O sistema de tiro conta com telêmetro laser, visão e controle de tiro diurno e noturno por visão termal, duplo de comando de tiro (atirador e comandante do carro, com precedência para este), sistema automático do acompanhamento de alvo, sistema hunter killer e lançadores de fumígenos. Um detalhe significativo da torre é que tem as armas e as miras estabilizadas nos dois eixos, o que permite o disparo em movimento, com altíssima probabilidade de acerto no primeiro tiro. A adoção dos tipos de equipamentos para torre será decidada caso a caso, quando da entrada do veículo em serviço. </p><p></p><p>No momento, estão previstas versões como a VBTP padrão; VBCI (com torre de 30mm); VBE/PC (posto de comando); VBE/Mort (porta-morteiro de 81mm ou 120mm); VBE/CDT (direção de tiro); VBE/Comunicações/Comando e Controle; VBE/Oficina; VBE/Socorro e VBTE/Ambulância. É importante notar que, os modelos de socorro, provavelmente o VBCI, e o de reconhecimento, deverão ser verões 8X8.</p><p></p><p>Há a previsão que a VBE/PC deva utilizar o BMS (Battle Management System), possibilitando o gerenciamento do espaço de batalha. O primeiro nível pelo qual deve fluir a informação, de forma bidirecional, daquilo que é conhecido como “consciência situacional” , refere-se ao comandante tático.</p><p></p><p>O BMS, para tanto, tem capacidades para a integração de sistemas de detecção de ameaças, integração com a estação de controle remoto de armas, sistema de planejamento de missões, orientação, navegação, localização de forças, camada tática, alertas automáticos e localização do inimigo.</p><p></p><p> </p><p></p><p></p><p></p><p>Conclusão</p><p></p><p>A reportagem de Tecnologia & Defesa ficou muito bem impressionada com o trabalho que está sendo realizado. Trata-se de algo completamente novo, sem se prender a nenhum projeto já existente. Pode-se, ainda, constatar que, ao contrário do que vem sendo veiculado em alguns sítios na Internet – principalmente em seus espaços de debates - , não é, absolutamente, nenhuma dita “velharia” a ser descarregada no Brasil pela IVECO. Depois dos vários contatos feitos com o Exército sobre o programa, pode-se atestar, e com toda a convicção, que o VBTP-MR vai ser um veículo de última geração, incorporando as tecnologias mais recentes.</p><p></p><p>Agradecimentos:</p><p></p><p>A direção da revista Tecnologia & Defesa expressa seus agradecimentos às seguintes pessoas, as quais em muito auxiliaram na realização deste trabalho:</p><p>General-de-Divisão Adhemar da Costa M. Filho – Chefe do Centro de Comunicação Social do Exército</p><p>General-de-Brigada Waldemir Cristino Rômulo – Gerente do Programa Família de Blindados Médios s/ Rodas</p><p>Coronel José Carlos dos Santos</p><p>Coronel (R1) Umbelino Antônio Loriato</p><p>Coronel (R1) Jorge Henrique Azevedo Dias</p><p>Coronel (R1) José Mauro Matias Lopes</p><p>O reconhecimento também é extensivo à IVECO Latin America e à sua equipe de assessoria de imprensa, MM Editorial.</p><p></p><p></p><p></p><p>fonte: <a href="http://www.tecnodefesa.com.br/laad/index.php?option=com_content&view=article&id=58:esclusivo-programa-vbtp-mr-o-exercito-brasileiro-toma-uma-decisao-importante&catid=35:materias&Itemid=29">http://www.tecnodefesa.com.br/laad/index.php?option=com_content&view=article&id=58:esclusivo-programa-vbtp-mr-o-exercito-brasileiro-toma-uma-decisao-importante&catid=35:materias&Itemid=29</a></p></blockquote><p></p>
[QUOTE="Tikuna, post: 419718, member: 6173"] Exclusivo - Programa VBTP-MR: O Exército Brasileiro toma uma decisão importante Dom, 05 de Abril de 2009 18:51 Leia matéria exclusiva com fotos do protótipo que será apresentado na LAAD 2009 Por Reginaldo Bacchi Durante muitos anos, os veículos Urutu e Cascavel, produzidos pela ENGESA, vêm prestando excelentes serviços nas unidades de reconhecimento do Exército Brasileiro (EB). Todavia, a necessidade de sua substituição já se faz sentir há algum tempo, pois se tratam de veículos projetados nos anos de 1970, e hoje, obsoletos. Além da antiguidade, esses dois carros sofriam, do ponto de vista de produção, o fato de que foram idealizados em momentos diferentes, para usuários distintos: o Cascavel para o EB, e o Urutu para o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Isso levou a veículos com um índice de comunalidade baixo, já que os únicos componentes iguais dos dois são a suspensão traseira (bumerangue), o motor e a transmissão. Dessa forma, seria de suma importância que os seus substitutos fossem projetados, desde o inicio, como uma família, com a maior quantidade possível de itens comuns, como é a linhagem Stryker do Exército dos Estados Unidos (US Army). O EB, evidentemente, levou isso em consideração e, ao emitir seu Requisitos Operacionais Básicos (ROB) nº 09/99, em que definiu a sua viatura blindada de transporte de pessoal média sobre rodas (VBTP-MR 6X6), especificou também uma série de versões derivadas: comunicações, Comando e Controle, socorro mecânico, porta morteiro de 120mm, ambulância, posto de comando, direção de tiro, oficina e, em versão 8X8, as viaturas de combate de fuzileiros (VBCI) e de reconhecimento. Deve-se notar que a Lei 8666/93 no artigo 24, inciso 26, permite ao Exército, para os casos que envolvam cumulativamente, alta complexidade tecnológica e Defesa Nacional, fazer a escolha do fornecedor sem necessidade de uma concorrência. Atenta à excepcional importância deste programa e à complexidade do mesmo, a instituição, mesmo podendo dispensar a licitação, seguir os trâmites de uma concorrência, com os seguintes requisitos: • Orçamento – valor, consistência, cronograma de desembolso; • Risco na escolha do parceiro – histórico econômico e técnico do parceiro ao longo do tempo; • Logística; e • Desenvolvimento científico-tecnológico – capacidade de transferência de tecnologia. Logo depois, começou o processo de seleção de uma empresa capaz de trabalhar com a Força no projeto dessa nova família e que culminou, em 9 de agosto 2007, com a seleção da FIAT Automóveis S.A.- Divisão IVECO, com a qual foi assinado um contrato em 22 de dezembro daquele ano. Posteriormente, a razão social da empresa foi modificada para IVECO Latin America Ltda. Tudo indica que a IVECO foi uma excelente escolha, pois na Itália é a projetista e produtora de veículos blindados sobre rodas e co-participante, com a OTO-Melara, nos veículos sobre lagartas Aríete (carro de combate) e Dardo (VBTP) do Exército Italiano. Os produtos militares da IVECO O primeiro projeto italiano de um veículo blindado depois da Segunda Guerra Mundial foi de responsabilidade da FIAT. Era o blindado Tipo 6616, um 4X4 de oito toneladas, dotado de um canhão de 20mm. O protótipo ficou pronto em 1972, sendo sua produção (cerca de 300 carros) fornecida à Itália, Peru, Somália e outros. Em seguida veio um VBTP, o Tipo 6614, também um 4X4 de 8,5 toneladas, com capacidade de transporte de 11 soldados. Foram produzidos 1.160 unidades vendias para a Itália, Argentina, Coréia do Sul (produção local), Peru, Somália, Tunísia e Venezuela. Em 1985, surgiu a IVECO (Industrial Vehicles Corporation), integrando a FIAT Veicoli Industriali S.p.A., a Unic (França) e a Magirus Deutz AG (Alemanha). No começo dos anos de 1980, em função de requisitos do Exército Italiano, a IVECO estabeleceu um programa de longo prazo que consistia dos VBTP 6634G AVL (em versões 4X4 e 6X6), 6633 AVM (4X4), 6636 AVH (6X6, com canhão de 90mm), e 6638G (8X8, com canhão de 105mm). O 6634 foi adotado na Itália tanto no modelo 4X4 (5,5 toneladas e sete ocupantes, num total de 300), como na 6X6 (7,5 toneladas e nove ocupantes, num total de 240), recebendo o nome de Puma. O 6638G, que se tornou conhecido como Centauro, teve seu protótipo completado em janeiro de 1987, entrando em produção em 1989. Ele é equipado com um possante canhão de 105mm, da série L7/M68, sendo que foi o primeiro veículo blindado sobre rodas a receber um armamento deste tipo. Possui um peso de 25 toneladas e sua tripulação é de quatro militares. Até agora, foram fabricados 400 carros para o Exército Italiano e 84 para o Exército da Espanha. O último lote de produção do Centauro (150 exemplares) apresentou uma modificação no sentido de se alongar 22 centímentos, os quais, somados ao espaço anteriormente existente, permite o transporte de quatro soldados. Aliás, todos os carros vendidos à Espanha são deste tipo. Atualmente, o Centauro está sendo oferecido no mercado com um canhão de 120mm. Em 1996, foi apresentado o VBTP derivado do Centauro, com peso de 24 toneladas, canhão de 25mm, podendo transportar nove soldados. O mais recente desenvolvimento da IVECO é o LMV (M 65E19 WM 4X4). Trata-se de um VBTP leve, com sete toneladas de peso e tripulação de quatro militares, destinado a emprego em funções de comando, reconhecimento e ligação, sendo que o Exército Italiano já fez um pedido de 1.210 carros à IVECO, sob o nome de Lince. Em termos de exportação, foram contratados 440 para a Bélgica, 60 para a Noruega e 40 para a Espanha. E, em T&D nº 103, a revista falou da participação do LMV italiano em uma concorrência para o Exército Britânico, a FCLV ( Future Command and Liaison Vehicle), que também acabou sendo vencida pelo Lince. Batizado de Panther em terras de Sua Majestade, terá 401 unidades construídas pela BAE Systems. No momento, o LMV é um dos postulantes ao programa GFF (Geschützt Führungs-und-Funktionsfahrzeuge), da Alemanha, na classe 2 (veículos com capacidade de carga de 1 a 2 toneladas, capazes de serem helitransportados por CH-53 G), junto com a Rheinmetall Landsysteme, com o nome de Caracal. Programa VBTP-MR Mas, voltando ao Brasil, uma das primeiras ações ao se concretizar a parceria entre o EB e a IVECO, foi a de se definir as responsabilidades. Ao EB coube o gerenciamento total do programa, a formulação conceitual do veículo e da família de blindados médios de rodas (com o estabelecimento de suas condicionantes e requisitos, além do projeto básico do VBTP-MR), planejamento e controle e a realização dos testes do protótipo, incluindo as avaliações técnica e operacional. Outra área importante a cargo do EB é a do desenvolvimento das blindagens estrutural e adicionais (add-on e spall liner) a ser empregada, que em função de posteriores estudos levaram à escolha, para a execução do projeto, do mesmo instituto que atua em parceria com a IVECO. A IVECO estará encarregada do projeto específico (desde os desenhos iniciais até o detalhamento final), fabricação do protótipo (da construção da maquete em tamanho natural aos testes de Engenharia), acompanhamento dos testes e eventuais correções de problemas que venham a aparecer, fabricação do lote piloto de 16 carros e, neste mesmo período, preparação da documentação técnica, seleção das peças sobressalentes, projeto e fabricação de equipamentos de testes e manutenção. Ao mesmo tempo, estabeleceu-se o cronograma: - Projeto do veículo: de janeiro de 2008 a agosto de 2009; - Fabricação do protótipo: de fevereiro a dezembro de 2009, com o protótipo pronto para testes no começo de janeiro de 2010; - Avaliação: de março a fins de dezembro de 2010; - Fabricação do lote piloto: de janeiro a fins de dezembro de 2011; - Documentação técnica: entre janeiro de 2008 e fins de dezembro de 2011; e - O programa de desenvolvimento deverá estar concluído no final de dezembro de 2011. Em vista disso, a IVECO nomeou o engenheiro Giovani D’Ambrosio para ser o responsável, no Brasil, pelo projeto. Ele se reporta na Itália ao engenheiro Renato Properzi. Esta nomeação ressalta a importância conferiada pela IVECO ao empreendimento, pois Propezi foi o encarregado do desenvovimento do Centauro 8X8 e de outro produtos militares da empresa. Também montou um escritório de projeto, específico, junto à COMAU do Brasil, pertencente à FIAT, na fábrica de Betim (MG), onde os trabalhos são executados em conjunto com engenheiros do Exército (quatro oficiais, em revezamento de dois a cada ano, para treinar o maior número possível de técnicos da Força no desenvolvimento de veículos blindados). Em Sete Lagoas (MG), está sendo construído um galpão exclusivo para a produção dos carros e, ao mesmo tempo, deverá alojar todo o pessoal envolvido no processo. O veículo O VBTP-MR básico será destinado ao transporte de um grupo de combate do Exército Brasileiro (um sargento e oito praças) e uma tripulação de motorista e atirador. Seu peso em ordem de combate é de 16,7 toneladas, o que (combinado com suas dimensões), permite seu transporte por avião do porte do C-130 Hércules. A propulsão será feita pelo motor IVECO modelo Cursor 9, com potência máxima de 383 CV a 2.100rpm, e conjugado máximo de 1.500 Nm a 1.400 rpm. Este motor será produzido no Brasil pela FIAT Power Train como substituto dos atuais motores Cursor 8 e 10. Com regulagem eletrônica, o Cursor 9 poderá chegar a até 440 CV e, com tal potência, será empregado nos VBTP-MR 8X8. A velocidade máxima em estrada vai chegar a 100 km/h, e a mínima será de 3,5 km/h. A autonomia em estrada e velocidade 70 km/h será de 600 quilômetros. A caixa de cambio será a ZF série 600, tipo 6 modelo HP602S, com seis marchas a frente e uma à ré. Está sendo montada pela ZF em Sorocaba (SP). Para se obter uma boa distribuição de peso sobre as várias rodas, as do meio foram deslocadas para a frente (em relação ao que era no Urutu), o que também aumenta a largura dos obstáculos que podem ser superados. Isso torna necessário que estas rodas sejam esterçadas em conjunto com as da frente. A suspensão nas seis rodas é do tipo McPherson, hidropneumática. O carro poderá superar aclives de 60% e se deslocar com uma inclinação lateral de 30%. Uma característica importante no projeto foi a capacidade anfíbia, com uma velocidade de deslocamento na água da ordem de 9 km/h. Nos exemplares dotados com canhão de 30mm, e que pesarão 1,5 toneladas a mais, a flutuação será conseguida com a adição de flutuadores modulares laterais, de alumínio, preenchidos com espuma de um polímero capaz de tapar furos que venha a receber, automaticamente. A proteção balistica e contra minas será conforme a norma STANAG 4569. A parte inferior do carro terá geometria apropriada para desviar a onda de choque da explosão de uma mina para fora, e os assentos dos tripulantes serão suspensos, sendo que os mesmos não apoiarão os pés no veículo durante o deslocamento. Além da blindagem estrutural, o veículo receberá uma forração interna (spall liner) contra fragmentos provenientes de impactos de projeteis e estilhaços de granadas de artilharia e será preparado para receber blindagem adicional externa, de painéis com material cerâmico, contra ameaças de energia cinética. Outro fator que está sendo trabalho é o da diminuição das assinaturas visual, térmica e de radar. A detecção visual é diminuida pela adoção de camuflagem. A térmica é reduzida pela passagem do fluxo do ar de refrigeração do motor, transversalmente à tubulação de escapamento do motor. Já contra a detecção por radar, o projeto foi analisado de forma que pudesse eliminar, o máximo possível, os centros espalhadores dos eco-radares, com a adoção de pintura com materiais absorventes de radiação. Armamento e Versões O exército está trabalhando com várias opções de armamento. A mais simples será uma torre com atirador externo, que poderá receber metralhadora 7,62mm ou 12.7mm, ou lança-granadas automático de 40mm. Nesse caso, o comandante terá uma escotilha para observação. Uma hipótese que pode ser chamada de intermediária terá a mesma possibilidade de armamento, mas será um sistema de armas remotamente controlado, do interior da viatura. Aqui, o comandante terá meios de observação próprios, para assessar a situação tática externa. Por fim, para levar o VBTP-MR à condição de VBCI, haverá a torre de controle remoto da ELBIT, equipada com o canhão de 30mm ATK, modelo Mk.44 e metralhadora de 7,62mm, podendo ainda disparar misseis anti carro guiados. Esta torre, com giro de 360 graus e elevação/depressão de -15 a + 60 graus, foi escolhida pelo EB numa seleção feita entre quatro empresas fabricantes desse tipo de equipamento e está sendo prevista a sua fabricação no Brasil. O sistema de tiro conta com telêmetro laser, visão e controle de tiro diurno e noturno por visão termal, duplo de comando de tiro (atirador e comandante do carro, com precedência para este), sistema automático do acompanhamento de alvo, sistema hunter killer e lançadores de fumígenos. Um detalhe significativo da torre é que tem as armas e as miras estabilizadas nos dois eixos, o que permite o disparo em movimento, com altíssima probabilidade de acerto no primeiro tiro. A adoção dos tipos de equipamentos para torre será decidada caso a caso, quando da entrada do veículo em serviço. No momento, estão previstas versões como a VBTP padrão; VBCI (com torre de 30mm); VBE/PC (posto de comando); VBE/Mort (porta-morteiro de 81mm ou 120mm); VBE/CDT (direção de tiro); VBE/Comunicações/Comando e Controle; VBE/Oficina; VBE/Socorro e VBTE/Ambulância. É importante notar que, os modelos de socorro, provavelmente o VBCI, e o de reconhecimento, deverão ser verões 8X8. Há a previsão que a VBE/PC deva utilizar o BMS (Battle Management System), possibilitando o gerenciamento do espaço de batalha. O primeiro nível pelo qual deve fluir a informação, de forma bidirecional, daquilo que é conhecido como “consciência situacional” , refere-se ao comandante tático. O BMS, para tanto, tem capacidades para a integração de sistemas de detecção de ameaças, integração com a estação de controle remoto de armas, sistema de planejamento de missões, orientação, navegação, localização de forças, camada tática, alertas automáticos e localização do inimigo. Conclusão A reportagem de Tecnologia & Defesa ficou muito bem impressionada com o trabalho que está sendo realizado. Trata-se de algo completamente novo, sem se prender a nenhum projeto já existente. Pode-se, ainda, constatar que, ao contrário do que vem sendo veiculado em alguns sítios na Internet – principalmente em seus espaços de debates - , não é, absolutamente, nenhuma dita “velharia” a ser descarregada no Brasil pela IVECO. Depois dos vários contatos feitos com o Exército sobre o programa, pode-se atestar, e com toda a convicção, que o VBTP-MR vai ser um veículo de última geração, incorporando as tecnologias mais recentes. Agradecimentos: A direção da revista Tecnologia & Defesa expressa seus agradecimentos às seguintes pessoas, as quais em muito auxiliaram na realização deste trabalho: General-de-Divisão Adhemar da Costa M. Filho – Chefe do Centro de Comunicação Social do Exército General-de-Brigada Waldemir Cristino Rômulo – Gerente do Programa Família de Blindados Médios s/ Rodas Coronel José Carlos dos Santos Coronel (R1) Umbelino Antônio Loriato Coronel (R1) Jorge Henrique Azevedo Dias Coronel (R1) José Mauro Matias Lopes O reconhecimento também é extensivo à IVECO Latin America e à sua equipe de assessoria de imprensa, MM Editorial. fonte: [url]http://www.tecnodefesa.com.br/laad/index.php?option=com_content&view=article&id=58:esclusivo-programa-vbtp-mr-o-exercito-brasileiro-toma-uma-decisao-importante&catid=35:materias&Itemid=29[/url] [/QUOTE]
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