A recente apresentação oficial dos caças-bombardeiros F-16 Fighting Falcon da Força Aérea da Ucrânia revelou vários aspectos relevantes. A cerimônia presidida pelo presidente Volodymyr Zelensky, e publicações subsequentes nas redes sociais, revelaram detalhes sobre o armamento e os modelos de F-16 que compõem o primeiro lote de Fighting Falcons ucranianos.

Foto: UAF

A primeira confirmação com as imagens viralizadas ontem é que o primeiro lote de F-16 Fighting Falcon da Força Aérea da Ucrânia vem da Dinamarca. Os F-16AM/BM dinamarqueses possuem algumas características particulares que os diferenciam dos Fighting Falcons noruegueses e neerlandeses. Uma dessas diferenças é que os F-16 da Dinamarca não têm a carenagem traseira que abriga o paraquedas de frenagem, e também possuem uma luz de interceptação posicionada a bombordo, atrás do radome do radar.

Outro detalhe a ser considerado são os pilones Terma. Nas fotografias e sequências, é possível distinguir a variante ECIPS+ (Sistema de Pilone Integrado de Combate Eletrônico com Sistema de Alerta de Mísseis), modelo que, juntamente com o PIDS+ (Sistema Dispensador Integrado de Pilones com Sistema de Alerta de Mísseis), é característico dos F-16AM/BM dinamarqueses. Espera-se que material semelhante chegue com os F-16AM/BM adquiridos pela Força Aérea Argentina.

No que diz respeito ao armamento, até agora apenas foram apresentados os F-16 em configuração ar-ar, papel para o qual foram equipados com mísseis AIM-9L/M Sidewinder de curto alcance e AIM-120B AMRAAM de alcance médio. Esta disposição leva a especular que os Fighting Falcons da Força Aérea da Ucrânia estão, por enquanto, realizando operações de defesa aérea.

Da talha para a direita: AIM-120B, AIM-9L/M, poste Terma ECIPS+. Imagem: UAF

Vale lembrar que o Ministro da Defesa dos Países Baixos, Ruben Brekelmans, confirmou há algumas semanas que os caças F-16 Fighting Falcon que seriam entregues à Ucrânia não poderiam utilizar todas as suas capacidades contra as forças russas, pois seus pilotos não tinham experiência para executar certas missões. “…Os F-16 enviados pelos Países Baixos à Ucrânia não serão utilizados no momento para apoiar as tropas terrestres…Os pilotos ainda não têm experiência suficiente para isso…”. Com suas declarações, Brekelmans possivelmente revelou a prioridade que foi estabelecida para o treinamento dos pilotos ucranianos, e que possivelmente levará algum tempo até que os novos caças-bombardeiros possam ser utilizados para apoio aéreo aproximado.

Durante a cerimônia também foi possível observar a presença de dois F-16 em segundo plano, aeronaves que, por suas características, correspondem à variante ADF (Air Defense Fighter). Trata-se de uma conversão impulsionada pela Força Aérea dos EUA para otimizar os F-16 Block 15 para operações de defesa aérea. As aeronaves seriam destinadas à Guarda Aérea Nacional para a proteção do território continental dos EUA.

F-16 AAD. Seria uma célula de treinamento ou uma isca.

Especula-se que a presença desses F-16 ADF, identificáveis por suas quatro antenas IFF frontais, pode obedecer ao fato de serem células para treinamento de pessoal técnico. No entanto, alguns dos relatórios mais recentes indicaram que se trata de material cedido por um aliado para que a Força Aérea da Ucrânia possa dispor de uma quantidade significativa de iscas.

Este último ponto não é um detalhe menor, pois as Forças Armadas russas têm realizado, nas últimas semanas, uma campanha contra vários aeródromos militares ucranianos, conseguindo destruir e danificar alguns Su-27, Su-24, Su-25 e helicópteros. Para tentar confundir os drones de vigilância russos, organizações de voluntários locais começaram a construir iscas de F-16, como fizeram anteriormente com canhões, radares e outros sistemas de alto valor.

Imagens de capa: UAF

Pode lhe interessar: A Rússia adverte o Japão que uma possível entrega de mísseis PAC-3 à Ucrânia terá consequências

Publicidad

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.