Em meio ao aumento das tensões na região, caças F-22 Raptor da Força Aérea dos EUA (USAF), provenientes da Base Conjunta Langley-Eustis na Virgínia, visitaram a Indonésia, Brunei e as Filipinas como uma demonstração de poder de dissuasão no Mar do Sul da China. Esses caças furtivos pertencem ao 27º Esquadrão Expedicionário de Caças, que foi recentemente enviado à Austrália como parte dos exercícios Pitch Black 2024, onde operaram ao lado de várias forças aéreas aliadas, incluindo as da Espanha, Itália e Reino Unido.
Particularmente, no dia 6 de agosto, um grupo de quatro F-22 aterrissou na Base Aérea I Gusti Ngurah Rai, na Indonésia. De acordo com o comunicado oficial da Força Aérea da Indonésia, este foi o primeiro desdobramento dessas aeronaves no país, ocasião que foi aproveitada para realizar voos de treinamento conjuntos e manobras de reabastecimento. Vale destacar que aviões C-130 complementaram o voo das aeronaves furtivas mencionadas, transportando tanto peças de reposição quanto pessoal técnico para realizar esse tipo de operação.
Paralelamente, outro grupo de quatro caças do mesmo tipo aterrissou na Base Aérea de Rimba, localizada em Brunei, onde ficaram estacionados por um período de três dias. Ao contrário das atividades realizadas na Indonésia, o foco neste caso foi nas reuniões informativas entre membros da USAF e da Real Força Aérea de Brunei, disponibilizando as aeronaves para exposições estáticas. Esta também foi a primeira vez que os F-22 visitaram o país, embora não seja a primeira visita de aeronaves furtivas americanas; anteriormente, um grupo de caças F-35 passou por lá.
Em relação ao desdobramento que ocorreu nas Filipinas, especificamente na Base Aérea de Basa, este foi realizado no dia 8 de agosto, com um total de seis F-22 dos EUA, recebidos por caças leves FA-50 do país anfitrião. Diferentemente dos dois casos anteriores, a base, que foi recentemente remodelada, já possui um histórico significativo de receber aeronaves americanas nos últimos anos, uma vez que lá são realizados os exercícios bilaterais “Cope Thunder”.
Por fim, ressaltando o mencionado aumento das tensões na região, deve-se lembrar que as Filipinas têm realizado uma ampla série de exercícios militares e patrulhas marítimas em cooperação com os EUA e outras nações aliadas próximas, como Japão e Austrália. A China, o principal alvo dessas demonstrações de dissuasão, também tem realizado patrulhas de combate com caças e navios, além das recentes e perigosas manobras de interceptação de aeronaves de vigilância da Força Aérea das Filipinas, em clara demonstração da intenção de hostilizar a presença daquele país no Mar do Sul da China, que o gigante asiático reivindica como seu.
*Créditos das imagens: Força Aérea dos EUA
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