O uso crescente e massivo de drones de diferentes tipos e complexidades é uma das grandes preocupações das forças militares modernas. Essa realidade foi evidenciada pela apresentação da nova versão do sistema de defesa aérea Pantsir, utilizada pelas Forças Armadas Russas, chamada “Pantsir-SMDE”, durante a Feira ARMY 2024, realizada em Moscou.
Embora a Rostec não tenha fornecido muitos detalhes em seu comunicado oficial, por meio de seu diretor industrial, Bekhan Ozdoev, a empresa expressou a crescente preocupação com os drones e como esses influenciaram o desenvolvimento desta nova versão do Pantsir. A esse respeito, o executivo afirmou: “A família de complexos ‘Pantsir’ está continuamente melhorando e se expandindo. O novo ‘Pantsir-SMDE’ foi projetado para proteger instalações fixas contra meios de ataque aéreo, incluindo ataques massivos de drones. Para combater esses alvos, o complexo pode carregar 48 mísseis de curto alcance. Estes são projéteis eficazes e econômicos, que fornecem proteção confiável, mesmo contra drones de pequeno porte, permitindo, por assim dizer, não usar um canhão para matar um pardal.”
Nas fotos divulgadas oficialmente pela Rostec durante a ARMY 2024, onde o novo sistema está em exibição, podem ser observadas várias configurações que podem ser adotadas para o lançamento de diferentes tipos de mísseis, em conjunto com o sistema de canhões duplos característico das versões anteriores.
Vale destacar que o Pantsir-S1, a versão mais moderna até a apresentação do novo Pantsir-SMDE, utilizava dois canhões 2A38M de 30mm e mísseis de curto alcance 57E6 / 57E6-E. A Rostec não indicou se, junto com os novos equipamentos fornecidos nesta versão, também existem novas variantes dos mísseis mencionados ou novos mísseis melhorados para enfrentar drones.
Por fim, quanto às características gerais, a Rostec destacou que: “O ‘Pantsir-SMDE’ está equipado com um sistema de controle de fogo que inclui um radar de vigilância, um sistema de radar multifuncional e um sistema eletro-óptico. O complexo é capaz de detectar e destruir alvos aéreos a distâncias médias e curtas, além de avaliar a eficácia do disparo em modo automático.”
Eles acrescentaram: “A carga de mísseis nos lançadores pode chegar a 48 mísseis antiaéreos de interceptação próxima ou 12 mísseis antiaéreos padrão. O número de mísseis no lançador pode variar dependendo da combinação entre mísseis padrão e mini-mísseis.”
Também é importante mencionar que essa nova versão será apresentada às Forças Terrestres e ao Ministério da Defesa para demonstrar suas capacidades visando a um potencial uso no campo de batalha, tanto para defender unidades blindadas quanto instalações críticas, que são alvos prioritários para a ação de veículos aéreos não tripulados.
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