No decorrer do segundo dia da Fase Marítima do Exercício Combinado Fraterno XXXVII, as unidades navais da Armada Argentina e da Marinha do Brasil realizaram um exercício de defesa aérea, treinamento para o qual contou com a participação de uma aeronave Beechcraft B-200 do Esquadrão de Vigilância e Exploração, e de dois treinadores T-34C Turbo Mentor da Escola de Aviação Naval (ESAN). As referidas aeronaves simularam um ataque à frota combinada, ação para a qual os navios realizaram as manobras pertinentes para “repelir” o ataque.
A participação das aeronaves de asa fixa do Comando de Aviação Naval (COAN) foi realizada em duas etapas: a primeira contou com a ação de um par de Turbo Mentor. Aproveitando as luzes do crepúsculo, os turboélices navais iniciaram sua corrida com voos rasantes, evoluindo ao longo da formação disposta pelos navios argentinos e pela fragata brasileira Liberal.
Vale destacar que a presença das aeronaves não passou despercebida pelo patrulheiro ARA Storni, bem como pelo destróier ARA Sarandí, pela corveta ARA Espora e pela fragata Liberal. Uma vez estabelecido o contato radar e visual, os navios adotaram uma formação cortina Kilo, a qual foi evoluindo nas águas para adotar o melhor perfil de seus sistemas de armas para repelir o ataque.
Do patrulheiro ARA Storni, a equipe da Zona Militar foi testemunha privilegiada das manobras realizadas pelos T-34C Turbo Mentor, que realizaram suas aproximações rasantes ao ARA Sarandí, Liberal e corveta ARA Espora. Em todo momento, o pessoal do patrulheiro oceânico acompanhou a evolução do ataque aéreo com suas estações remotas ROV 8 Naval, além de outros meios ópticos e eletro-ópticos disponíveis no navio.
As imagens obtidas durante esta primeira parte do exercício permitem apreciar parte das ações e a complexidade delas, já que tanto as aeronaves quanto os navios foram manobrando no ar e na superfície com o objetivo de apresentar o menor perfil possível e dificultar a mira.
Finalmente, o encerramento do exercício de defesa aérea foi realizado por um B-200, que replicou em parte o trabalho realizado pelos T-34C Turbo Mentor. O bimotor do Esquadrão de Exploração e Vigilância realizou rasantes sobre o Liberal, Sarandí e Espora, e finalmente rumou para sua base.
Exercício de controle de avarias, abandono e capacitação em saúde no ARA Storni:
Após os ataques aéreos simulados pelos dois T-34C e pelo Beechcraft B-200, o ARA Storni inicialmente simulou o impacto de um projétil, incidente que ativou a resposta da equipe de controle de avarias. Posteriormente, para aumentar a complexidade das operações, foi informado da ponte de comando sobre um novo impacto, que “obrigou” a dar a ordem de abandono do navio.
Seguindo o protocolo estabelecido, toda a tripulação disponível iniciou imediatamente as manobras de evacuação. Isso implica deslocar-se até o ponto de reunião, neste caso o hangar (em caso real seria o convés de voo), onde cada pessoa a bordo tem um bote designado. No desenvolvimento desta manobra, vai-se contabilizando o pessoal, que chega com seu saco de desembarque, colete salva-vidas e traje de anti-exposição.
Uma vez concluído o exercício, o Segundo Comandante do Storni fez um feedback à tripulação sobre o desenvolvimento das atividades, destacando a importância das mesmas, pois a prática constante permite aperfeiçoar esses movimentos, minimizando os tempos de reação.
Como corolário da atividade, a médica em comissão, TN Melisa Giménez, expôs aos presentes os diversos aspectos relevantes na hora de prestar atendimento a queimaduras, bem como considerações para a evacuação de feridos em espaços confinados. Para encerrar a capacitação, foi destacada a importância de um kit de primeiros socorros bem preparado, enumerando os diferentes itens que devem ser contemplados para este tipo de operação a bordo de um navio.
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