No dia 19 de agosto, o governo dos Estados Unidos autorizou a possível venda de novos helicópteros de ataque AH-64E Apache para a Coreia do Sul, que já possui uma frota de 36 unidades em serviço com a Aviação do Exército Sul-Coreano. O Departamento de Estado notificou o Congresso dos EUA para aprovação, detalhando que se trata de uma operação que exigirá um investimento de US$ 3,5 bilhões para um total de 36 unidades.
De acordo com a Agência de Cooperação em Defesa e Segurança (DSCA), o pedido da Coreia do Sul inclui uma ampla gama de armamento, peças de reposição e material complementar para o uso das novas aeronaves. Entre os itens mais destacados da extensa lista estão: 76 motores T700-GE-701D, 36 miras modernizadas do tipo AN/ASQ-170, 456 mísseis AGM-114 Hellfire e 152 mísseis AGM-179 JAGM. Também será incluído o suporte logístico e técnico necessário para o correto funcionamento dos equipamentos, como transporte e material de treinamento para as tripulações, entre outras questões.
A DSCA afirmou que: “Esta venda proposta apoiará os objetivos de política externa e segurança nacional dos Estados Unidos ao melhorar a segurança de um aliado importante que é uma força para a estabilidade política e o progresso econômico na região Indo-Pacífico. A venda proposta melhorará a capacidade da República da Coreia para enfrentar as ameaças atuais e futuras, proporcionando uma força credível capaz de dissuadir adversários e participar de operações regionais. A Coreia não terá dificuldade em incorporar este equipamento às suas forças armadas. A venda proposta deste equipamento e suporte não alterará o equilíbrio militar básico na região.”
Quanto aos principais contratantes envolvidos nesta possível venda, as principais empresas serão a Boeing e a Lockheed Martin, com sede nos estados do Arizona e da Flórida, respectivamente. Considerando que a Coreia do Sul é um cliente que geralmente solicita compensações, é muito provável que ambas as empresas precisem negociar um acordo com o país asiático para concretizar a operação.
Vale lembrar que a Coreia do Sul já possui um programa de helicópteros de ataque produzidos localmente, chamado KAI LAH. Trata-se de um projeto desenvolvido em parceria com o consórcio europeu Airbus (a partir do Eurocopter EC155) e que atualmente já possui contratos de produção em série, o primeiro no valor de USD 236 milhões, anunciado no final de 2022, e um segundo de USD 1,8 bilhões, assinado em dezembro de 2023. Em termos de datas de entrega, é esperado que o Exército da República da Coreia receba os primeiros helicópteros do contrato de 2022 ainda neste ano, e que os da segunda leva cheguem no próximo ano.
Em princípio, os KAI LAH chegarão para complementar as capacidades operacionais do AH-64E Apache, principalmente para missões de reconhecimento, vigilância e apoio aéreo próximo; tarefas que eram realizadas pelos antigos modelos 500MD TOW e AH-1S Cobra. Para cumprir sua função, os novos helicópteros possuem um canhão automático M197 de 20mm e a capacidade de lançar uma ampla gama de mísseis e foguetes ar-terra. Além disso, tanto o sistema de aquisição de alvos (TADS) quanto o sistema HMD do capacete são integrados diretamente ao sistema de armas, facilitando o uso pelo piloto.
Fotografias usadas a título ilustrativo.
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