No âmbito do Exercício Formosa 2024, um exercício militar combinado que começou no Brasil, tropas do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC) e da Armada da China participarão das atividades combinadas. Trata-se de um dos maiores exercícios militares na América Latina, realizado desde 1998, e é a primeira vez que o pessoal do Exército Popular de Libertação (EPL) participa de exercícios combinados em solo brasileiro.

O Exercício Formosa, que ocorre perto da cidade de Formosa, no Brasil, conta com a participação de 3.000 militares das Forças Armadas do Brasil, dos EUA e da China, além de observadores da Argentina, França, Itália, México, Nigéria, Paquistão, República do Congo e África do Sul. No ano passado, as tropas dos EUA sob o Comando Sul participaram do exercício, enquanto a China participou como observadora.

A Marinha do Brasil afirmou que “é habitual convidar nações amigas a participar desses exercícios”, já que “a importância desses convites está diretamente relacionada com a oportunidade de promover uma maior integração entre a Marinha brasileira e as forças de nações amigas”. Nesse contexto, o Ministério da Defesa brasileiro declarou que o propósito dos exercícios é simular operações anfíbias, onde navios de guerra realizam ataques em uma região costeira hostil, utilizando munições reais.

Os Estados Unidos destacaram que a Operação Formosa representa “200 anos de sólida e duradoura parceria entre os Estados Unidos e o Brasil” e é um “testemunho de respeito mútuo, confiança e profissionalismo de ambas as forças”. “Nossa colaboração com a Infantaria de Marinha brasileira no exercício Formosa ressalta a importância da cooperação internacional na manutenção da segurança regional. Juntos, somos mais fortes e mais capazes de garantir a segurança e o bem-estar de nossas nações”, afirmou o Tenente-General Leonard Anderson, comandante da MARFORSOUTH e da Reserva das Forças de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.

A China comunicou que sua participação no exercício “é o último passo na ampliação da cooperação militar entre Pequim e Brasília”. Também ressaltou que tropas chinesas já participaram de programas semelhantes, como o realizado no Centro de Treinamento de Guerra na Selva do Brasil, em Manaus, em 2015, e que essa colaboração foi ampliada posteriormente ao Centro de Treinamento Conjunto de Operações de Paz do Brasil, em 2017.

A importância desta notícia reside no fato de que China e Estados Unidos não realizam exercícios militares conjuntos desde 2016, quando Washington convidou Pequim para o Exercício da Bacia do Pacífico, também conhecido como RIMPAC. No entanto, nas edições seguintes, os Estados Unidos retiraram o convite à China como punição pela “continuação da militarização das características em disputa no Mar do Sul da China”.

Nesse contexto, 33 soldados da Armada da China e 54 do Corpo de Fuzileiros Navais participarão desta edição da Operação Formosa, que se prolongará até a próxima terça-feira. A defesa chinesa confirmou que altos cargos militares conversaram por telefone com seus homólogos americanos, mantendo um “profundo intercâmbio de pontos de vista sobre assuntos de interesse comum”.

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