Tendo como cenário a Feira Internacional KADEX, realizada no início do mês na Coreia do Sul, a Embraer apresentou uma de suas propostas para os próximos anos. Considerando a necessidade de novas plataformas para missões especializadas das forças armadas a nível global, a empresa brasileira revelou uma proposta conceitual para uma versão militar de seu bem-sucedido avião comercial E190-E2, buscando competir e se posicionar em um segmento que atualmente tem como principais concorrentes o Boeing 737 e o Airbus A330.

Ao longo das últimas décadas, a Embraer acumulou grande experiência, combinada com sucessos comerciais, oferecendo plataformas de aviação comercial às forças armadas e adaptando-as para requisitos militares. Um exemplo regional é a própria Força Aérea Brasileira (FAB), que adotou os ERJ-145 como plataforma de alerta antecipado e controle aerotransportado (E-99) e para reconhecimento terrestre (R-99); também fornecidos a outras forças militares, como as Forças Aéreas da Grécia, Índia e México, adaptando-se às suas necessidades. No entanto, apesar dos programas de modernização aplicados às aeronaves, como é o caso dos E-99M da FAB, com novos radares AESA Saab Erieye-ER, a plataforma ERJ-145 deixou de ser fabricada, limitando seu potencial para outras missões.

Com esse histórico, parece que, imitando o que foi feito pela Boeing e Airbus, a Embraer vai apostar em um de seus aviões comerciais mais bem-sucedidos e com melhores desempenhos para oferecer uma versão militar focada em missões especializadas.

Foi assim que, no estande da empresa na KADEX, foi possível observar um primeiro contato com um design conceitual e promocional do E190-E2 para cumprir missões especiais. Embora não tenham sido fornecidos muitos detalhes, esse leque de missões é muito amplo, incluindo patrulhamento e vigilância marítima, reconhecimento, além de inteligência de sinais e guerra eletrônica.

Essa questão é importante, pois, por exemplo, em termos de missões MPA, o novo padrão mundial é o P-8A Poseidon operado pela Marinha dos Estados Unidos, que está substituindo naturalmente o P-3 Orion. No entanto, seu elevado custo torna praticamente impossível sua aquisição por muitas forças com orçamentos menores.

Isso é um fator significativo, já que várias forças aéreas e armadas na região operam o P-3 Orion e, no curto/médio prazo, precisarão definir uma plataforma de substituição que tenha um alcance operacional semelhante e um desempenho eficiente em termos de custo de operação. Entre essas forças, destacam-se a Marinha do Chile e a Força Aérea Brasileira, que enfrentarão essa situação nos próximos anos.

Independentemente das certezas e dúvidas, a Embraer aposta novamente nesse segmento, sabendo que possui uma plataforma capaz de se posicionar no mercado global e ser uma opção sólida e eficaz para forças militares que buscam novas plataformas para missões especializadas.

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