O diretor geral de Defesa e Segurança da Embraer, Bosco da Costa Jr., confirmou que a associação entre a empresa brasileira e a americana L3Harris para introduzir o avião de transporte C-390 Millennium como futura aeronave de reabastecimento na Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) não seguirá em frente. Em uma entrevista ao meio especializado Breaking Defense, da Costa apontou que a L3Harris atualmente tem outras prioridades, o que levou ao fim da colaboração iniciada em 2022.
Essa aliança, anunciada em 2022, previa que a L3Harris fosse o contratante principal, responsável por integrar os sistemas de missão americanos no C-390, equipado com um sistema de pértiga para reabastecimento em voo, que teria convertido o avião em uma versão americana do KC-390, compatível com as aeronaves de combate e transporte da força aérea dos EUA.
Futuro do C-390 no mercado dos EUA
Apesar do fim da associação, a Embraer continua interessada em posicionar o C-390 no mercado americano. Da Costa mencionou que a empresa poderia atuar como contratante principal por conta própria, associar-se a outras empresas ou até mesmo explorar fusões e aquisições. A Embraer ainda vê uma oportunidade no mercado de aviões cisterna dos Estados Unidos, especialmente com o programa acelerado denominado Sistema de Reabastecimento Aéreo de Nova Geração (NGAS).
Competição e desafios do C-390 nos EUA
Originalmente, quando a colaboração com a L3Harris foi anunciada, a Força Aérea dos EUA seguia uma estratégia de reabastecimento conhecida como KC-X, KC-Y e KC-Z, que previa aquisições em várias etapas. No entanto, essa abordagem foi descartada em favor da possível compra limitada de aviões cisterna para substituir os envelhecidos KC-135.
Quanto à competição que o C-390 enfrentaria nos EUA, especialistas indicaram que a Embraer teria que superar vários desafios. Tim Walton, pesquisador do Hudson Institute, afirmou que o C-390 competiria diretamente com o C-130J da Lockheed Martin, um avião que já conta com uma infraestrutura estabelecida e programas de formação nos Estados Unidos.
Walton também mencionou que, para que o C-390 ou o KC-390 sejam considerados como opções para o Programa de Recapitalização do KC-135, seria necessário revisar os parâmetros de desempenho que a Força Aérea atualmente busca. Mesmo assim, o C-390 poderia complementar as capacidades dos C-130 e C-17 em missões de curto alcance e mobilidade reduzida.
Presença da Embraer nos EUA
Apesar dos desafios, a Embraer já possui uma presença considerável no mercado americano. Segundo da Costa, o C-390 atende aos requisitos da Buy America Act, o que poderia facilitar sua adoção. Além disso, a empresa está explorando opções para aumentar sua presença no país, como a criação de uma linha de montagem final do C-390 em solo americano, o que poderia ser um passo crucial para consolidar sua posição no mercado de defesa dos EUA.
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