Com o objetivo de impulsionar a agenda de Defesa e identificar oportunidades para a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) nos mercados nacional e internacional, o Ministério da Defesa do Brasil, junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI), celebrou um acordo de cooperação entre as duas partes, por meio do Observatório Nacional da Indústria.
O acordo foca no monitoramento de áreas-chave como orçamentos, financiamento, impacto econômico e social, inovação tecnológica e desenvolvimento de mercados, tanto local quanto internacional. Em particular, esse convênio permitirá identificar as necessidades de outros países, enquanto, no âmbito local, o acordo busca gerar mais competitividade, além de priorizar a produção para atender às demandas de setores específicos, como as Forças Armadas e as Forças de Segurança.
O acordo, cuja vigência se estenderá por seis anos, foi assinado no dia 8 de outubro pelo Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o presidente da CNI, Ricardo Albán. Durante a cerimônia, o ministro destacou a importância da parceria com a CNI, salientando os estudos e as evidências apresentadas pelo Observatório Nacional da Indústria.
A esse respeito, o ministro Múcio Monteiro afirmou: “Precisamos de dados comparativos para termos argumentos e defendermos as propostas da Indústria de Defesa, e a CNI pode nos fornecer todas essas informações e os benefícios que a BID proporciona ao país”.
Durante a cerimônia, o Secretário de Produtos de Defesa (Seprod), Heraldo Luiz Rodrigues, informou que, neste mês, as exportações autorizadas de produtos de defesa atingiram a marca de 1,6 bilhões de dólares (equivalentes a 8,8 bilhões de reais à taxa de câmbio do dia), igualando o nível histórico da indústria de defesa registrado em 2021.
Como prova do potencial do setor, um estudo do Observatório Nacional da Indústria mostra que, para cada posto de trabalho aberto no setor de defesa, outros três são gerados em outros setores. Os dados também mostram que a BIDS representa 3,58% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos no país.
Nesse sentido, o presidente da CNI, Ricardo Albán, afirmou: “Há muito espaço para o desenvolvimento e expansão da indústria de defesa brasileira nas áreas de cibersegurança, satélites e aeroespacial. São setores estratégicos para o país e para nossa soberania. Esse acordo entre a CNI e o Ministério da Defesa ajudará a indústria nacional a aproveitar melhor as oportunidades do mercado global, reforçando nossa competitividade.”
Um aspecto destacado pelo Ministério da Defesa do Brasil é o uso dual dos sistemas desenvolvidos para o setor de defesa. Por exemplo, as tecnologias utilizadas para vigilância de fronteiras podem ser empregadas também para monitorar zonas de preservação ambiental e apoiar a agricultura. Da mesma forma, os tecidos inteligentes desenvolvidos para uniformes militares também se tornaram um importante aliado da indústria têxtil.
Atualmente, o Ministério da Defesa tem um registro de 235 empresas que fazem parte da BIDS. O portfólio de defesa classificado inclui cerca de 1.700 produtos, entre os quais os itens mais exportados estão as aeronaves de asa fixa e rotativa, bem como suas peças e componentes, armamento leve, munições, armamento não letal e serviços de engenharia para produtos de defesa.
*Imagens usadas para fins ilustrativos.
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