Como parte de sua participação no Exercício Multinacional CRUZEX, que se estenderá até o próximo dia 15 de novembro na Base Aérea de Natal, localizada no nordeste do Brasil, a Força Aérea do Chile (FACh) deslocou um importante destacamento de aeronaves de combate e apoio. Esse destacamento é composto pelos caças F-16 Block 50 pertencentes ao Grupo de Aviação N°3 da Iª Brigada Aérea, com sede na Base Aérea Los Cóndores, na cidade de Iquique, juntamente com um avião KC-135E Stratotanker e um Boeing 737-300 pertencentes ao Grupo de Aviação N°10 da II Brigada Aérea. Durante nossa cobertura das atividades combinadas, a Zona Militar teve a oportunidade de entrevistar membros da delegação para entender melhor as tarefas que estão realizando no Brasil.
Como tem sido o desempenho da Força Aérea do Chile no Exercício Multinacional CRUZEX 2024?
As tripulações institucionais têm desempenhado o papel operacional designado nas missões aéreas e nas tarefas de manutenção, demonstrando um alto nível de competência. Foram desenvolvidas as missões FAM/FIT correspondentes à Fase II do exercício, integrando os meios, e também foi iniciada a Fase III, com as primeiras missões compostas em um cenário mais complexo, que vai evoluindo com o passar dos dias. Nessas operações, os meios da FACh cumpriram o papel como parte das forças azuis, demonstrando as capacidades de “swing role” (papel duplo), assim como cumpriram o papel de forças vermelhas opositoras, simulando as capacidades de um adversário, o que é um fator relevante para o treinamento das forças azuis. As tripulações têm se destacado, evidenciando profissionalismo, rigor e padronização.
Qual o desafio para a FACh em se deslocar do Chile até esse cenário diferente e operar de forma quase imediata ao lado de Forças Aéreas de alto nível?
Deslocar-se para um cenário como o do CRUZEX é uma demonstração objetiva de capacidades, que mostra o funcionamento das tripulações e da força como um sistema. É um desafio que se apresenta à instituição e ao grupo designado, mas também uma oportunidade de reforçar o treinamento e, portanto, o preparo operacional. A nossa conexão com o CRUZEX começou em 2023, por meio de uma série de reuniões, em que passamos a fazer parte da planejamento do exercício com todos os países participantes, abordando todas as áreas funcionais, tanto operacionais quanto administrativas.
Especificamente, a Força Aérea do Chile preparou as tripulações para enfrentar o exercício, integrando o cenário do CRUZEX aos nossos programas de treinamento de voo, simulação e manutenção. O deslocamento até Natal envolveu um planejamento de longo prazo, com análise de uma série de fatores para assegurar a rota e os aspectos de apoio logístico que sustentariam o deslocamento em caso de contingências. Isso incluiu o apoio de reabastecimento em voo, que possibilitou a realização do deslocamento direto para Natal, como parte de uma projeção planejada. Uma vez na Base Aérea de Natal, os meios foram preparados e ficaram prontos para iniciar a participação conforme o planejamento do exercício.
Como a FACh se compara com as demais Forças Aéreas participantes no CRUZEX 2024 e qual a importância das suas capacidades no contexto regional?
Apresentamo-nos no CRUZEX com meios humanos e materiais de alto nível, podendo operar ao mesmo nível de plataformas que possuem tecnologia semelhante, como os F-15 da USAF e Gripen da FAB. As tripulações aéreas e de manutenção operaram e trabalharam sob o padrão da OTAN, como é comum nas operações diárias da instituição. No entanto, desta vez, interagiram e se relacionaram com especialistas e operadores de outras forças aéreas, o que permitiu verificar e validar nossos processos.
Sem dúvida, o nível com que a Força Aérea do Chile se apresenta no CRUZEX é uma demonstração de capacidades e de dissuasão a nível regional, que vai além dos meios materiais. É uma verdadeira mostra das competências de cada integrante da delegação que está no CRUZEX, representando a instituição e o país.
Fotografias: Victoria Pierucci.
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