La atualidade da aviação de caça da Força Aérea do Peru (FAP) enfrenta diversos desafios devido à antiguidade de suas aeronaves e à conhecida dificuldade de manter essas unidades em operação. Assim como os Mirage 2000, a frota de MiG-29 Fulcrum enfrenta o inexorável passar do tempo enquanto aguarda sua substituição.

Com o programa para o futuro caça da FAP em etapas finais de seleção, a instituição decidiu continuar operando os Fulcrum, apesar das dificuldades logísticas que afetam os sistemas de armas de origem russa desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022. Dezesseis (16) desses aviões foram adquiridos de segunda mão da Bielorrússia em 1996 por cerca de 250 milhões de dólares, juntando-se aos aviões de ataque Su-25 Frogfoot como parte da modernização realizada após o conflito de Cenepa em 1995.

Mais de 25 anos de operações com esses sistemas, somados a uma ampla frota de helicópteros Mil Mi-8/17/171, demonstram a vasta experiência da Força Aérea do Peru com material russo/soviético. Enquanto outros países como Argentina, Brasil, Colômbia e Equador optaram por retirar ou armazenar o material russo, o Peru continuará operando-o nos próximos anos, em parte devido à sua capacidade técnica e instalações dedicadas à manutenção dessas aeronaves, como o CEMAE, inaugurado em 2021.

Sobre a situação específica dos Fulcrum, foi consultado o Comandante Geral da FAP, General do Ar Carlos Enrique Chávez Cateriano, em uma recente entrevista exclusiva à Zona Militar. A respeito, a maior autoridade aeronáutica do Peru declarou: “A situação de todo o material russo, não apenas dos aviões MiG-29, está complicada. No Peru e a nível mundial. O fato de que os principais fornecedores estejam em conflito tem dificultado as tarefas de suporte e manutenção. Isso se aplica a todos os sistemas russos, tanto aéreos quanto terrestres. No entanto, temos um interessante estoque de peças de reposição, o que permite que esses sistemas continuem operando por mais alguns anos. Mas isso também terá seu fim, que no momento não posso calcular. Enquanto isso, assim como no caso do Mirage 2000, vamos tentar mantê-los operacionais por alguns anos adicionais.”

Diferente dos Su-25, que são lentamente recuperados pelo SEMAN SAC, os MiG-29 apresentam um nível crítico de disponibilidade, considerando que o programa de modernização dessas aeronaves avançou lentamente até ser paralisado, com poucas expectativas de reativação.

Assim como os Mirage 2000, que não serão modernizados, os MiG-29 continuarão em serviço por mais alguns anos até que seja definido o futuro caça da FAP, que deverá ser entre o Dassault Rafale, o F-16 Fighting Falcon ou o Saab Gripen. Vale destacar que as capacidades de combate da FAP diminuíram consideravelmente nas últimas décadas, devido à desativação progressiva de diversos sistemas, incluindo os Su-22 Fitter, Aermacchi MB-339, Embraer EMB-312 Tucano T-27 e os Cessna A-37B Dragonfly.

*Imagens utilizadas para fins ilustrativos.

Pode lhe interessar: Os KAI KT-1 e KC-130H Hércules da Força Aérea do Peru estão se preparando para participar do Exercício CRUZEX no Brasil

Publicidad

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.