Com o objetivo de aumentar a interoperabilidade entre suas diferentes aeronaves de combate, a Força Aérea Brasileira (FAB) avançará na modernização de seus 68 aviões de ataque A-29 A/B Super Tucano para o padrão A-29M, equipado com um novo conjunto de sensores e uma cabine renovada que incluirá um módulo WAD (Wide-Angle Display), semelhante ao utilizado nos caças F-39E Gripen.
Esse novo conjunto substituirá as telas multifuncionais, cujo design era baseado nos caças F-5M Tiger II. Além disso, a integração com os Gripen será possível graças à incorporação do sistema de enlace de dados BR-2.
Além da comunicação com os F-39E, o BR-2 permitirá que os Super Tucano interajam com o avião de alerta antecipado e controle aéreo Embraer E-99 AEW&C, aumentando a eficácia operacional em missões conjuntas. Adicionalmente, os A-29 receberão blindagem extra e sistemas avançados de proteção contra mísseis.
Considerando seu amplo uso em operações contra voos ilegais e no combate ao tráfico de drogas, os A-29 também terão maior proteção balística e contramedidas contra ameaças guiadas. Segundo informações do portal The Aviationist, o projeto está previsto para começar em 2025, precedido por um estudo de viabilidade e pelo processo de seleção dos contratantes que executarão as tarefas.
Em operações conjuntas, a capacidade de obtenção de informações pelos sensores avançados dos F-39E Gripen permitirá que os Super Tucano realizem manobras precisas contra ameaças aéreas. Isso será possível utilizando, via enlace de dados, as informações do radar do caça sueco, permitindo que o A-29 aproveite suas capacidades de voo em velocidades muito baixas, altitudes reduzidas e grande tempo de permanência na zona de operações para localizar alvos terrestres.
Vale destacar que o sistema data-link BR-2 foi recentemente testado em diferentes cenários operacionais, avaliando a comunicação entre aeronaves e centros de comando e controle (C2). Durante a campanha realizada em agosto deste ano, foi utilizado um caça F-5M da FAB, que, junto ao rebocador de altura “Tritão” da Marinha do Brasil e estações terrestres, verificou a conexão em tempo real, compartilhando todos os participantes da rede o mesmo Quadro Operacional Comum (COP – Common Operational Picture, segundo suas siglas em inglês).
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