Um relatório recente de analistas ucranianos detalhou que as bombas planadoras que a Rússia está utilizando contra a Ucrânia incluem componentes produzidos por uma empresa taiwanesa. O fabricante taiwanês de peças automotivas teria fornecido partes integradas aos servomecanismos dos kits UMPK, que são utilizados para aumentar a precisão das bombas empregadas pelas Forças Aeroespaciais russas.
De acordo com o site de notícias de defesa ucraniano Militarnyi, o analista ucraniano Vadim Labas revelou recentemente que a empresa taiwanesa em questão seria a “TRC-Auto” ou Rongcherng Suspenparts. A empresa, com sede em Taiwan, teria modificado e fornecido componentes “…supostamente usados para produzir bombas guiadas com precisão a pedido do exército russo….”
Um componente crítico das bombas planadoras usadas pela aviação de combate russa é o servomecanismo, utilizado para desdobrar asas em módulos conectados aos kits UMPK. “…Um documento compartilhado por Labas detalha as modificações feitas em um produto chamado ‘controlador servo’ com o número de modelo CP500-130-01-M. As modificações supostamente reforçaram o dispositivo para suportar o peso do módulo da asa, após versões anteriores terem sido consideradas muito frágeis….”
As descobertas de Labas são significativas, já que uma das principais vantagens das Forças Armadas russas no último ano foi o uso de bombas planadoras equipadas com os kits UMPK. Esse sistema permitiu às Forças Aeroespaciais russas aumentar consideravelmente a precisão e a capacidade de ataques a longa distância (stand-off).
Em um conflito caracterizado pelo uso extensivo de posições fixas, o desenvolvimento e aperfeiçoamento dessas bombas planadoras deu a Moscou uma nova ferramenta para degradar as defesas ucranianas com precisão e a grandes distâncias. Isso reduziu as perdas de caças-bombardeiros e aeronaves de ataque russas, que agora operam fora ou nos limites do alcance das defesas aéreas ucranianas.
Quanto ao relatório recente, o analista ucraniano também afirma que a Rússia contornou as sanções dos EUA e de Taiwan por meio de uma empresa intermediária sediada no Cazaquistão. “No último ano, a TRC teria realizado cinco modificações no produto a pedido do cliente russo.”
Em sua publicação nas redes sociais, Labas pediu às autoridades dos EUA e de Taiwan que investiguem as atividades da empresa e impeçam que seus componentes cheguem à Rússia.
Imagem de capa ilustrativa. Créditos: MinDef Rússia
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