Uma das mais sigilosas operações entre os governos do general Figueiredo e de Saddam Hussein aconteceu no dia 14 de janeiro de 1981. Foi quando dois aviões iraquianos decolaram das pistas do Centro Tecnológico Aeroespacial, de São José dos Campos. Voaram em direção a Bagdá, carregados com o urânio que vinha das minas de Poços de Caldas. No centro de tudo isso, estava o brigadeiro
Hugo de Oliveira Piva, um dos melhores alunos do ITA que, em 1989, chegou até a trabalhar no Iraque, coordenando 27 pesquisadores brasileiros. Piva tratava das remessas de massa de urânio – o yellow cake – para o Iraque diretamente com o ministro da Indústria Bélica de Saddam, Ahmed Hubadj. Em Bagdá, Piva abriu a empresa Benford Holding Corporation, com sede no Panamá, gerência na Libéria e conta bancária em Luxemburgo, três paraísos fiscais. “Tudo que ele fez teve o conhecimento das autoridades brasileiras”, disse o brigadeiro Sérgio Ferolla, ministro do Superior Tribunal Militar, ao editor Hugo Studart. “Mas o Brasil nunca chegou a dominar a tecnologia da bomba.” Na época dos acontecimentos, Ferolla chefiava o Centro de Tecnologia Aeroespacial de São José dos Campos.
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