Aeronaves de Patrulha Marítima
Orlando lembrou que o México atualmente já usa um derivado do jato ERJ-145 configurado para a patrulha marítima de superfície, mas que se focarmos no segmento mais alto desta linha de produtos, veremos que ela é particularmente complexa e tecnicamente muito exigente. As aeronaves com capacidade de guerra antisubmarino demandam, não apenas, uma plataforma para sensores com muita energia, refrigeração e um longo alcance, mas também, a capacidade de transportar mísseis, torpedos além de outros itens ejetáveis em vôo. Atualmente , os aviões da patrulha marítima não são mais plataformas criadas especialmente para esta missão, sendo, agora, desenvolvidos a partir de células pré-existentes. E isso adiciona mais um nível de dificuldade ao projeto. O fim da vida útil dos clássicos P-3 Orion e sua substituição, nos EUA, por uma plataforma mais capaz e muito mais cara como o P-8 Poseidon, naturalmente abre um importante nicho de mercado de outros países que precisam da funcionalidade, mas não se acham capazes de gastar tanto dinheiro quanto demanda a nova geração de aviões patrulha marítima dos EUA. “Toda nova aviônica complexa e cara, naturalmente, gera demanda para versões mais simples,” arrematou o executivo da Embraer. Para ele: “aeronaves de sensoriamento remoto e de alerta antecipado como os (R-99 e E-99) os criados anteriormente são sempre mais simples de serem criados do que os aviões de patrulha marítima”. Perguntado se a compra pelo Paquistão e pela Arábia Saudita de dois modelos distintos de aeronave de alerta antecipado aéreo (AWACS) significaria uma nova tendência no mercado militar, Orlando Neto disse que não via isso deste jeito, “não se trata de uma tendência, é uma estratégia cara, passível de ser usado por pouquíssimos países”.
Falando sobre o mercado latino americano de aeronaves de alerta antecipada, o executivo da Embraer falou que: “o interesse por esta linha segue latente na maioria das forças aéreas locais. Infelizmente, no entanto, o cenário orçamentário da maioria delas ainda não comporta equipamentos caros e especialistas como estes”.