Lupo y Maestrale para la " Marinha " ?
EXCLUSIVO: Marinha decidiu comprar navios usados à Marinha italiana; equipe liderada por contra-almirante irá inspecionar fragatas e caça-minas
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Roberto Lopes
Os três tipos de navio postos à venda pelos italianos: a Maestrale (na foto, a “Zeffiro”), a Lupo (na foto a “Bersagliere”) e a Lerici (na foto a “Crotone”)
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Roberto Lopes
O Comando da Marinha designou o contra-almirante (EN) Ivan Taveira Martins para chefiar a equipe que, em cerca de três semanas, viajará à base naval de La Spezia para vistoriar as fragatas e navios caça-minas que a Marinha Militar Italiana está disponibilizando para as forças navais de nações amigas.
A base fica no Golfo de Spezia, Região da Liguria, e sedia a 1ª Divisão Naval da Armada local.
A oferta das embarcações será feita durante um evento entre os dias 24 e 27 de maio que já recebeu a confirmação da presença de enviados de 11 marinhas, três delas da América do Sul: Brasil, Peru e Uruguai. A mídia europeia trata a mostra como um
secondhand ship show (show de navios de segunda mão).
Entrada da Base Naval de La Spezia
As outras forças navais que estarão representadas em La Spezia serão as da República da Georgia, da Turquia, Singapura, Japão, Marrocos, Tunísia, Senegal e Nigéria.
Diversas companhias de serviços navais, equipamentos eletrônicos e sistemas de armas – como os grupos italianos Fincantieri e Finmeccanica – estarão, igualmente, em La Spezia, para oferecer seus préstimos aos militares estrangeiros que desejarem fazer consultas acerca dessa ou daquela melhoria nas embarcações ofertadas. Empresas do Canadá, da França e da Turquia também solicitaram permissão para montar centros de atendimento a esse público especializado.
Visitas – A 20 de abril último, durante um debate no Parlamento italiano, a ministra da Defesa italiana, Roberta Pinotti, informou que sua Marinha dará baixa em 54 barcos até o ano de 2025.
O oficial designado para representar a Marinha do Brasil, contra-almirante Taveira, foi vice-diretor de Engenharia Naval, diretor do Centro de Projetos de Navios sediado no Rio de Janeiro, assessor do diretor de Gestão de Projetos Estratégicos da Marinha e, mais recentemente, diretor da INB (Indústrias Nucleares do Brasil).
Na Itália sua comitiva estará formada, inclusive, por oficiais especializados em guerra de minas.
Esses militares poderão visitar e até navegar em três tipos de embarcação: as fragata das classes Maestrale e Lupo e o caça-minas tipo Lerici. Apenas um navio de cada categoria estará disponível para a visitação.
Ainda não há informações precisas sobre quantos navios serão disponibilizados, e em que prazos. Os custos de cada classe de embarcação também não foram divulgados.
A coluna INSIDER apurou que os navios que concentram a atenção dos oficiais brasileiros são a fragata classe Maestrale e o caça-minas tipo Lerici – que, nos anos de 2000, também despertou o interesse da Armada argentina.
“Cessão onerosa” – De acordo com o chefe do Centro de Comunicação da Marinha, contra-almirante Flávio Viana Rocha, não é a primeira vez que a Marinha envia seu pessoal para vistoriar embarcações militares italianas.
No final da manhã desta terça-feira (26.04) Rocha falou com exclusividade à coluna INSIDER, do Plano Brasil, sobre o assunto:
INSIDER – De quem partiu a iniciativa para a aceitação de uma delegação brasileira no evento montado pela Marinha da Itália para exibir os navios que estão sendo postos à venda?
Almirante Rocha – Foi a Marinha do Brasil que solicitou à Marinha Militar Italiana a oportunidade de estar nesse evento.
INSIDER – Quais foram os meios oferecidos pelos italianos aos brasileiros?
Almirante Rocha – Temos trabalhado usando como parâmetro os meios relacionados no âmbito do PROSUPER [
Programa de Obtenção de Meios de Superfície]. Até que esse programa possa ser efetivamente iniciado, a MB decidiu buscar informações sobre a disponibilidade de escoltas e navios caça-minas para cessão onerosa por oportunidade.
INSIDER – Portanto, vamos pagar pelos navios italianos que vierem a nos interessar…
Almirante Rocha – Isso mesmo.
INSIDER – Há informações de que, ano passado, já houve uma visita de oficiais brasileiros a navios italianos…
Almirante Rocha – Na verdade, houve mais de uma. Foram realizadas visitas oficiais e visitas técnicas a meios navais da Marinha Militar Italiana nos anos de 2013, 2014 e 2015.
A seguir uma breve ficha das embarcações que a Itália está disponibilizando:
Fragatas classe Maestrale:
Época de comissionamento: entre março de 1982 e maio de 1985;
Deslocamento: 3.100 toneladas;
Tripulação: 24 oficiais e 201 subalternos;
Propulsão: 2 turbinas a gás GE/Avio LM2500 + 2 motores diesel Grandi Motori Trieste, conjunto que aciona 2 hélices de 5 pás cada uma;
Velocidade: nominal com as turbinas a gás da ordem de 33 nós (mas, hoje, é incerto que essa marcha possa ser alcançada);
Armamento: 4 lançadores duplos de mísseis anti-navio TESEO e 1 lançador óctuplo de mísseis AA Aspide; 2 reparos triplos de lançadores de torpedos aptos a operar com armas Mk.46 Mod 2, 1 canhão Otobreda de 127 mm na proa e bocas de fogo menores.
Aeronaves: Capacidade de transportar até dois helicópteros AgustaBell 212 ASW.
Fragatas classe Lupo:
Época de comissionamento: entre janeiro e novembro de 1995 (apesar de terem sido fabricadas, para a Marinha do Iraque, dez anos antes);
Deslocamento: 2.986 toneladas (a plena carga);
Tripulação: 20 oficiais e 165 subalternos;
Propulsão: 2 turbinas a gás GE/Fiat LM2500 + 2 motores diesel GMT A230-20;
Velocidade: nominal com as turbinas a gás da ordem de 35 nós (mas hoje é pouco provável que essa marcha seja alcançada);
Armamento: Mísseis anti-navio Otomat Mk 2 e 1 lançador óctuplo Mk 29 de mísseis antiaéreos Aspide + 1 canhão de 127 mm na proa, armas menores e tubos lança-torpedos;
Aeronaves: 1 AgustaBell 212 ASW que opera em um convoo com 25,2m de comprimento por 11,3 m de largura.
Caça-minas tipo Lerici:
Época de comissionamento: 1985 a 1997
Deslocamento: 620 toneladas;
Tripulação: 4 oficiais e 36 subalternos + 7 mergulhadores;
Propulsão: 1 motor diesel;
Velocidade: máxima de 14 nós;
Armamento: 1 canhão Oerlikon de 20 mm para autodefesa
Demais equipamentos: 2 veículos não-tripulados para a desarticulação de minas navais.