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13/08/2012 05h11 - Atualizado em 14/08/2012 12h39
Sucateado, Exército não teria como responder a guerra, dizem generais

Série de reportagens do G1 mostra situação de militares e riscos ao país.
Plano para reequipar tropas, assinado por Lula em 2008, pouco avançou.


Tahiane Stochero Do G1, em São Paulo

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Assinada em 2008, a Estratégia Nacional de Defesa (END) prevê o reaparelhamento das Forças Armadas do país em busca de desenvolvimento e projeção internacional, mirando a conquista de um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, poucas medidas previstas no decreto tiveram avanços desde então.

O Exército, que possui o maior efetivo entre as três Forças (são 203,4 mil militares), está em situação de sucateamento. Segundo relato de generais, há munição disponível para cerca de uma hora de guerra.
O G1 publica, ao longo da semana, uma série de reportagens sobre a situação do Exército brasileiro quatro anos após o decreto da END, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram ouvidos oficiais e praças das mais diversas patentes - da ativa e da reserva -, além de historiadores, professores e especialistas em segurança e defesa. O balanço mostra o que está previsto e o que já foi feito em relação a fronteiras, defesa cibernética, artilharia antiaérea, proteção da Amazônia, defesa de estruturas estratégicas, ações de segurança pública, desenvolvimento de mísseis, atuação em missões de paz, ações antiterrorismo, entre outros pontos considerados fundamentais pelos militares.

O Exército usa o mesmo fuzil, o FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, há mais de 45 anos. Por motivos estratégicos, os militares não divulgam o total de fuzis que possuem em seu estoque, mas mais de 120 mil unidades teriam mais de 30 anos de uso.

Carros, barcos e helicópteros são escassos nas bases militares. O índice de obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa 92% - sendo que mais de 87% dos equipamentos nem pode mais ser usado, segundo documento do Exército ao qual o G1 teve acesso. Até o início de 2012, as fardas dos soldados recrutas eram importadas da China e desbotavam após poucas lavadas.
A Estratégia Nacional de Defesa elencou entre os pontos-chave a proteção da Amazônia, o controle das fronteiras e o reaparelhamento da tropa, com o objetivo de obter mobilidade e rapidez na resposta a qualquer risco. Defesa cibernética e recuperação da artilharia antiaérea também estão entre os fatores de preocupação.

Um centro de defesa contra ataques virtuais começou a ser instalado pelo Exército em 2010, em Brasília, mas ainda é enxuto e não conseguiu impedir ataques a uma série de páginas do governo durante a Rio+20, em junho deste ano.
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), iniciativa que busca vigiar mais de 17 mil quilômetros de divisas com 10 países, começará a ser implantado ainda em 2012, com um teste na fronteira do Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia.

Segundo o general Walmir Almada Schneider Filho, do Estado-Maior do Exército, a Força criou 245 projetos para tentar atingir os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa. Ele afirma que os recursos, porém, chegam aos poucos.

Nos últimos 10 anos, a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) investido em defesa gira em torno de 1,5%, segundo números do Ministério da Defesa - em 2011, o valor foi de R$ 61,787 bilhões. Durante a crise econômica, entre 2003 e 2004, o índice chegou a 1,43%. O maior percentual foi registrado em 2009, quando 1,62% do PIB foram destinados para o setor.
Em 2012, o Exército receberá cerca de R$ 28,018 bilhões, mas 90% serão destinados ao pagamento de pessoal. Desde 2004, varia entre 9% e 10% o montante disponível para custos operacionais e investimentos.
A ideia do ministro da Defesa, Celso Amorim, é elevar gradativamente os gastos com defesa para a média dos demais países dos Brics (Rússia, Índia e China), que é de 2,4%. Segundo afirmou em audiência no Senado, o objetivo é fazer o Brasil ter maior peso no cenário internacional.
“Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande. Por isso, um dos nossos projetos busca a recuperação da capacidade operacional. Até 2015, devemos receber R$ 10 bilhões só para isso”, afirma o general Schneider Filho, responsável pelos estudos da END no Estado-Maior do Exército.
Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate"
General Maynard Santa Rosa
Falta munição
Dois generais da alta cúpula, que passaram para a reserva recentemente, afirmaram ao G1 que o Brasil não tem condições de reagir a uma guerra. “Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate”, diz o general Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.
Guerreiro de selva patrulha rio na Amazônia durante
ação militar em 2012 (Foto: Tahiane Stochero/G1)

“A quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe, principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de atingir a capacidade para reagir”, alerta o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), que coordena todas as tropas do país.
“Nos últimos anos, o Exército só tem conseguido adquirir o mínimo de munição para a instrução. Os sistemas de guerra eletrônica (rádio, internet e celular), a artilharia e os blindados são de geração tecnológica superada. Mais de 120 mil fuzis têm mais de 30 anos de uso. Não há recursos de custeio suficientes”, diz Santa Rosa. Ele deixou o Exército em fevereiro de 2010, demitido por Lula após chamar a Comissão da Verdade, que investiga casos de desaparecidos políticos na Ditadura, de “comissão da calúnia”.
Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande"
General Walmir Almada Schneider Filho
Segundo o Livro Branco, documento que reúne dados sobre a defesa nacional, o Exército possui 71.791 veículos blindados, a maioria deles comprados há mais de 30 anos. Apenas um é do modelo novo, o Guarani, entregue em 2012 e que ainda está em avaliação. Um contrato inicial de R$ 41 milhões foi fechado para a aquisição dos primeiros 16 novos carros de combate. No último dia 7, um novo contrato foi assinado para a aquisição de outras 86 viaturas Guarani, ao custo de R$ 240 milhões.
"Nenhuma nação pode abrir mão de ter um Exército forte, que se prepara intensivamente para algo que espera que nunca ocorra. A população tem que entender que é preciso ter essa capacidade ociosa, sempre, para estar pronto para dar uma resposta se um dia for necessário", defende o general Fernando Vasconcellos Pereira, diretor do Departamento de Educação e Cultura do Exército.
Riscos e ameaças
Para saber quais equipamentos, tecnologias e armas precisam ser compradas e que outras mudanças são necessárias, o Exército criou o Grupo Lins, que reúne uma equipe para prever cenários de conflitos ou crises - internos ou externos - em que a sociedade e os políticos possam exigir a atuação dos militares até 2030.
O objetivo é antever problemas, sejam econômicos, sociais, de segurança pública ou de calamidade, e saber quais treinamentos devem ser dados aos soldados até lá.
Soldados recrutas fazem teste de resistência em
treinamento no Exército (Foto: Exército/Divulgação)

Nesses cenários, a Amazônia e as fronteiras estão entre as maiores preocupações. O texto revisado da Estratégia Nacional de Defesa, entregue pelo governo ao Congresso Nacional em 17 de julho, destaca "a ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica”.
Difícil – e necessário – é para um país que pouco trato teve com guerras convencer-se da necessidade de defender-se para poder construir-se"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
Para impedir qualquer ataque, o Exército prepara o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que, através de um conjunto de sensores, radares e câmeras, permitirá a visualização de tudo o que ocorre nas fronteiras em tempo real. Os equipamentos facilitarão a repressão ao tráfico de drogas e armas, ao contrabando e aos crimes ambientais. A previsão é de que o sistema esteja totalmente operando em 2024.
O alto valor que o governo pretende passar para o Sisfron - R$ 12 bilhões até 2030 – movimentou o mercado nacional e fez com que empresas se unissem buscando soluções para vencer a licitação em andamento. Entre as interessadas estão Odebrecht, Andrade Gutierrez e Embraer, que fizeram parcerias com grandes indústrias do setor.
Para o historiador e criador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Cavanhari, o Exército está em transformação e precisa se adequar para os inimigos do futuro. “O inimigo, seja interno ou externo, agora está extremamente bem armado. Por enquanto, não temos ameaças explícitas, mas temos que cuidar da nossa casa e estar preparados para responder, caso seja necessário”.
O general da reserva Carlos Alberto Pinto Silva diz que o problema continua sendo o orçamento. "Um coronel argentino me disse que eles aprenderam na guerra nas Malvinas que, se não existe a capacidade mínima de responder, não dá tempo para adquirir. Não adianta chorar depois”, afirma.
Mudança de percepção
Estudioso da área, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ronaldo Fiani entende que a abertura democrática e a criação do Mercosul provocaram mudanças na forma da população conceber a proteção do país, Consequentemente, foram feitos cortes nos investimentos militares. “O fim da ditadura e a união dos países latinos fez com que houvesse enfoque em integração, com diminuição do investimento na área militar", explica.

Burocracia, crises financeiras e déficit fiscal também são entraves para maior disponibilidade de recursos. “A única forma dos militares receberem mais investimentos é se integrando à pesquisa acadêmica e às empresas, como ocorre nos países desenvolvidos", diz Fiani.
General José Carlos de Nardi cumprimenta índios
durante visita ao Pará (Foto: Tahiane Stochero/G1)

O general Walmir Almada Schneider Filho concorda com o professor. “No primeiro mundo, o povo tem a mentalidade de que defesa e desenvolvimento caminham juntos e complementam-se. Um impulsiona o outro. Nós não queremos chegar neste patamar [de país voltado para a guerra], mas criar uma mentalidade de defesa, para que o povo discuta o assunto", diz.
A base da defesa nacional é a identificação da Nação com as Forças Armadas e das Forças Armadas com a Nação. Isso exige que a Nação compreenda serem inseparáveis as causas do desenvolvimento e da defesa"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
“Eu acho que a redução dos investimentos tem relação com o período militar e a própria mentalidade da população, que vê como melhor alternativa aplicar os recursos em outro setor fundamental, como saúde, educação, etc", acrescenta Schneider Filho.

"Não há um palmo sobre o território brasileiro que não esteja sob a responsabilidade de uma tropa do Exército. Somos a organização mais presente em todo o território e que tem meios de chegar o quanto antes em qualquer situação. Por isso, assumimos cada vez mais responsabilidades e temos que ter capacidade para atuar em situações de emergência”, diz o general José Fernando Yasbech, também do Estado-Maior do Exército.
Yasbech se refere aos múltiplos empregos do Exército em ações civis dentro do país, como as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como a Constituição determina o emprego militar em casos graves de segurança pública. Além disso, o militares são convocados para o apoio em caso de enchentes, abertura de estradas, construção de pontes, distribuição de ajuda humanitária, apoio em eleições, combate à dengue e à aftosa, entre outros.
Proteger
Em 2012, mais uma linha de atuação está sendo aberta: os militares serão responsáveis pela defesa e proteção de infraestruturas estratégicas do país, como hidrelétricas, usinas nucleares, indústrias essenciais e centros financeiros e de telecomunicações a partir da criação do projeto Proteger. O programa terá recursos na casa dos R$ 9,6 bilhões e reunirá órgãos públicos dos estados e informações necessárias para prevenir, conter ou reprimir ataques ou acidentes nesses locais.
Se o Brasil quiser ocupar o lugar que lhe cabe no mundo, precisará estar preparado para defender-se não somente das agressões, mas também das ameaças"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
São mais de seis mil infraestruturas estratégicas existentes no país, sendo que 364 estão entre as mais críticas, conforme levantamento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Pelotão de fronteira no Pará conta com apenas 9 horas diárias de luz (Foto: Tahiane Stochero/G1)
"O trabalho será tanto no sentido de prevenir acidentes nessas estruturas como também de identificar riscos e, eventualmente, contê-los", diz o general José Fernando Yasbech, que responde pelo projeto.
O trabalho começará no Paraná, com a implementação de um centro de ação conjunta com polícia, Bombeiros e Defesa Civil para defender a Usina de Itaipu.

“O reaparelhamento das Forças Armadas vai além de apenas dizer que um país pacifista está tomando uma atitude de se tornar mais bélico. O emprego dos militares tem sido bem diferente nos últimos anos, seja em ações de defesa civil, de segurança pública, de apoio aos órgãos estaduais. E isso demanda alterações estruturais profundas na política, na mentalidade da população e em investimentos”, diz Iberê Pinheiro Filho, mestre em Relações Internacionais e estudioso da Estratégia Nacional de Defesa.

Procurado para comentar a atual situação do Exército, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger, que escreveu o texto da Estratégia Nacional de Defesa, disse que se considerava "moralmente impedido de falar" devido à "relação íntima e especial com as ações e tarefas de que tratará a reportagem".
"Direi apenas o que escrevi na dedicatória de um livro que dei à biblioteca do Exército, por mãos do general que a comanda: o Exército brasileiro é a mais importante instituição do Brasil", afirmou Mangabeira Unger ao G1.
Já o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que também assinou a END em 2008, disse que não iria comentar a situação, pois não ocupa mais o cargo.


http://g1.globo.com/brasil/noticia/...ria-como-responder-guerra-dizem-generais.html
 
no entendí una goma, alguno que sepa portugués tendría la voluntad de traducirlo?

Sucateado, Ejército no tendría cómo responder la guerra, dicen generales

Serie de reportajes de la G1 muestra situación de militares y riesgos al país.
Plan para reequipar tropas, firmado por Lula en 2008, poco avanzó.

Tahiane Stochero De la G1, en São Paulo

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Firmada en 2008, la Estrategia Nacional de Defensa (END) prevé el reaparelhamento de las Fuerzas Armadas del país en búsqueda de desarrollo y proyección internacional, asestando la conquista de un asiento permanente en el Consejo de Seguridad de la Organización de las Naciones Unidas (ONU). Sin embargo, pocas medidas previstas en el decreto tuvieron avances desde entonces.

El Ejército, que posee el mayor efectivo entre las tres Fuerzas (son 203,4 mil militares), está en situación de sucateamento. Según relato de generales, hay munición disponible para cerca de una hora de guerra.
La G1 publica, al largo de la semana, una serie de reportajes sobre la situación del Ejército brasileño cuatro años después del decreto de la END, firmado por el ex-presidente Luiz Inácio Lula de Silva. Fueron oídos oficiales y plazas de las más diversas patentes - de la activa y de la reserva -, además de historiadores, profesores y especialistas en seguridad y defensa. El balance muestra lo que está previsto y lo que ya fue hecho en relación la fronteras, defensa cibernética, artillería antiaérea, protección de la Amazônia, defensa de estructuras estratégicas, acciones de seguridad pública, desarrollo de misiles, actuación en misiones de paz, acciones antiterrorismo, entre otros puntos considerados fundamentales por los militares.

El Ejército usa el mismo fusil, el FAL, fabricado por la empresa brasileña Imbel, hace más de 45 años. Por motivos estratégicos, los militares no divulgan el total de fusiles que poseen en su stock, pero más de 120 mil unidades tendrían más de 30 años de uso.

Coches, barcos y helicópteros son escasos en las bases militares. El índice de obsolescência de los medios de comunicaciones ultrapasa 92% - siendo que más del 87% de los equipamientos ni puede más ser usado, según documento del Ejército al cual la G1 tuvo acceso. Hasta el inicio de 2012, las fardas de los soldados reclutas eran importadas de China y desbotavam después de pocas lavadas.
La Estrategia Nacional de Defensa elencou entre los puntos-llave la protección de la Amazônia, el control de las fronteras y el reaparelhamento de la tropa, con el objetivo de obtener movilidad y rapidez en la respuesta a cualquier riesgo. Defensa cibernética y recuperación de la artillería antiaérea también están entre los factores de preocupación.

Un centro de defensa contra ataques virtuales comenzó a ser instalado por el Ejército en 2010, en Brasilia, pero aún es enxuto y no consiguió impedir ataques a una serie de páginas del gobierno durante a Río+20, en junio de este año.
El Sistema Integrado de Monitoreo de Fronteras (Sisfron), iniciativa que busca vigilar más de 17 mil kilómetros de divisas con 10 países, comenzará a ser implantado aún en 2012, con una prueba en la frontera del Mato Grueso del Sur con Paraguay y Bolivia.

Según el general Walmir Almada Schneider Hijo, del Estado-Mayor del Ejército, la Fuerza creó 245 proyectos para intentar alcanzar los objetivos de la Estrategia Nacional de Defensa. Él afirma que los recursos, sin embargo, llegan a los pocos.

En los últimos 10 años, el porcentaje del Producto interior bruto (PIB) invertido en defensa gira en torno a 1,5%, según números del Ministerio de la Defensa - en 2011, el valor fue de R$ 61,787 bilhões. Durante la crisis económica, entre 2003 y 2004, el índice llegó a 1,43%. El mayor porcentual fue registrado en 2009, cuando 1,62% del PIB fueron destinados para el sector.
En 2012, el Ejército recibirá cerca de R$ 28,018 bilhões, pero 90% serán destinados al pago de personal. Desde 2004, varía entre 9% y 10% el montante disponible para costes operacionales e inversiones.
La idea del ministro de la Defensa, Celso Amorim, es elevar gradualmente los gastos con defensa para la media de los demás países de los Brics (Rusia, India y China), que es del 2,4%. Segundo afirmó en audiencia en Senado, el objetivo es hacer lo Brasil tener mayor peso en el escenario internacional.
“Nodos perdemos nuestra capacidad operacional, sabemos de esa defasagem. La obsolescência es grande. Por eso, uno de nuestros proyectos busca la recuperación de la capacidad operacional. Hasta 2015, debemos recibir R$ 10 bilhões sólo para eso”, afirma el general Schneider Hijo, responsable por los estudios de la END en el Estado-Mayor del Ejército.
Puedo afirmarle que poseemos munición para menos de una hora de combate"
General Maynard Santa Rosa
Falta munición
Dos generales del alta cúpula, que pasaron para la reserva recientemente, afirmaron a la G1 que lo Brasil no tiene condiciones de reaccionar a una guerra. “Puedo afirmarle que poseemos munición para menos de una hora de combate”, dice el general Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretario de Política, Estrategia y Asuntos Internacionales del Ministerio de la Defensa.
Guerrero de selva patrulla río en la Amazônia durante
acción militar en 2012 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
“La cantidad de munición que tenemos siempre fue la mínima. Ella casi no existe, principalmente para pistolas y fusiles. Nuestra artillería, coches de combate y gran parte del armamento fueron comprados en las décadas de 70, 80. Existe una idea errada de que no hay amenaza. Pero si ella surgir, no va a dar tiempo de alcanzar la capacidad para reaccionar”, alerta el general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-jefe del Mando de Operaciones Terrestres (Coter), que coordina todas las tropas del país.
“Los últimos años, el Ejército sólo ha conseguido adquirir el mínimo de munición para la instrucción. Los sistemas de guerra electrónica (radio, internet y celular), la artillería y los blindados son de generación tecnológica superada. Más de 120 mil fusiles tienen más de 30 años de uso. No hay recursos de custeio suficientes”, dice Santa Rosa. Él dejó el Ejército en febrero de 2010, dimitido por Lula después de llamar la Comisión de la Verdad, que investiga casos de desaparecidos políticos en la Dictadura, de “comisión de la calúnia”.
Nodos perdemos nuestra capacidad operacional, sabemos de esa defasagem. La obsolescência es gran"
General Walmir Almada Schneider Hijo
Según el Libro Blanco, documento que reúne datos sobre la defensa nacional, el Ejército posee 71.791 vehículos blindados, la mayoría de ellos comprados hace más de 30 años. Sólo uno es de la plantilla nueva, el Guarani, entregue en 2012 y que aún está en evaluación. Un contrato inicial de R$ 41 millones fue cerrado para la adquisición de los primeros 16 nuevos coches de combate. El último día 7, un nuevo contrato fue firmado para la adquisición de otras 86 viaturas Guarani, al coste de R$ 240 millones.
"Ninguna nación puede abrir mano de tener un Ejército fuerte, que se prepara intensivamente para algo que espera que nunca ocurra. La población tiene que entender que es preciso tener esa capacidad ociosa, siempre, para estar pronto para dar una respuesta si un día sea necesario", defiende el general Fernando Vasconcellos Pereira, director del Departamento de Educación y Cultura del Ejército.
Riesgos y amenazas
Para saber cuáles equipamientos, tecnologías y armas necesitan ser compradas y que otros cambios son necesarios, el Ejército creó el Grupo Lins, que reúne un equipo para prever escenarios de conflictos o crisis - internos o externos - en que la sociedad y los políticos puedan exigir la actuación de los militares hasta 2030.
El objetivo es antever problemas, sean económicos, sociales, de seguridad pública o de calamidade, y saber cuáles entrenamientos deben ser dados a los soldados hasta allá.
Soldados reclutas hacen prueba de resistencia en
entrenamiento en el Ejército (Foto: Ejército/Divulgación)
En esos escenarios, la Amazônia y las fronteras están entre las mayores preocupaciones. El texto revisado de la Estrategia Nacional de Defensa, entregue por el gobierno al Congreso Nacional en 17 de julio, destaca "la amenaza de fuerzas milites muy superiores en la región amazónica”.
Difícil – y necesario – es para un país que poco trato tuvo con guerras convencerse de la necesidad de defenderse para poder construirse"
Tramo de la Estrategia Nacional de Defensa
Para impedir cualquiera ataque, el Ejército prepara el Sistema Integrado de Monitoreo de Fronteras (Sisfron), que, a través de un conjunto de sensores, radares y cámaras, permitirá la visualización de todo lo que ocurre en las fronteras en tiempo real. Los equipamientos facilitarán la represión al tráfico de drogas y armas, al contrabando y a los crímenes ambientales. La previsión es de que el sistema esté totalmente operando en 2024.
El alto valor que el gobierno pretende pasar para el Sisfron - R$ 12 bilhões hasta 2030 – movió el mercado nacional e hizo con que empresas se unieran buscando soluciones para vencer la licitação en marcha. Entre las interesadas están Odebrecht, Andrade Gutierrez y Embraer, que hicieron asociaciones con grandes industrias del sector.
Para el historiador y creador del Núcleo de Estudios Estratégicos de la Universidad Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Cavanhari, el Ejército está en transformación y necesita adecuarse para los enemigos del futuro. “El enemigo, sea interno o externo, ahora está extremadamente bien armado. De momento, no tenemos amenazas explícitas, pero tenemos que cuidar de nuestra casa y estar preparados para responder, si sea necesario”.
El general de la reserva Carlos Alberto Pinto Silva dice que el problema continúa siendo el presupuesto. "Un coronel argentino me dijo que ellos aprendieron en la guerra en las Malvinas que, si no existe la capacidad mínima de responder, no da tiempo para adquirir. No adelanta llorar después”, afirma.
Cambio de percepción
Estudioso del área, el profesor de la Universidad Federal de Río de Janeiro (UFRJ) Ronaldo Fiani entiende que la apertura democrática y la creación del Mercosur provocaron cambios en la forma de la población concebir la protección del país, Consecuentemente, fueron hechos cortes en las inversiones militares. “El fin de la dictadura y la unión de los países latinos hizo con que hubiera enfoque en integración, con disminución de la inversión en el área militar", explica.

Burocracia, crisis financieras y déficit fiscal también son entraves para mayor disponibilidad de recursos. “La única forma de los militares reciban más inversiones es integrándose a la investigación académica y a las empresas, como ocurre en los países desarrollados", dice Fiani.
General José Carlos de Nardi cumprimenta indios
durante visita al Pará (Foto: Tahiane Stochero/G1)
El general Walmir Almada Schneider Hijo concuerda con el profesor. “En el primer mundo, el pueblo tiene la mentalidad de que defensa y desarrollo caminan juntos y se complementan. Uno impulsa el otro. Nodos no queremos llegar en este nivel [de país vuelto para la guerra], pero crear una mentalidad de defensa, para que el pueblo discuta el asunto", dice.
La base de la defensa nacional es la identificación de la Nación con las Fuerzas Armadas y de las Fuerzas Armadas con la Nación. Eso exige que la Nación comprenda sean inseparables las causas del desarrollo y de la defensa"
Tramo de la Estrategia Nacional de Defensa
“Yo creo que la reducción de las inversiones tiene relación con el periodo militar y la propia mentalidad de la población, que ve como mejor alternativa aplicar los recursos en otro sector fundamental, como salud, educación, etc", añade Schneider Hijo.

"No hay un palmo sobre el territorio brasileño que no esté bajo la responsabilidad de una tropa del Ejército. Somos la organización más presente en todo el territorio y que tiene medios de llegar cuanto antes en cualquier situación. Por eso, asumimos cada vez más responsabilidades y tenemos que tener capacidad para tutear en situaciones de emergencia”, dice el general José Fernando Yasbech, también del Estado-Mayor del Ejército.
Yasbech se refiere a los múltiples empleos del Ejército en acciones civiles dentro del país, como las operaciones de Garantía de la Ley y de la Orden (GLO), como la Constitución determina el empleo militar en casos graves de seguridad pública. Además de eso, el militares son convocados para el apoyo en caso de enchentes, apertura de carreteras, construcción de puentes, distribución de ayuda humanitaria, apoyo en elecciones, combate a la dengue y a la aftosa, entre otros.
Proteger
En 2012, más una línea de actuación está siendo abierta: los militares serán responsables por la defensa y protección de infraestruturas estratégicas del país, como hidrelétricas, fábricas nucleares, industrias esenciales y centros financieros y de telecomunicaciones a partir de la creación del proyecto Proteger. El programa tendrá recursos en la casa de los R$ 9,6 bilhões y reunirá órganos públicos de los estados e informaciones necesarias para prevenir, contener o reprimir ataques o accidentes en esos locales.
Si lo Brasil quiera ocupar el lugar que le cabe en el mundo, necesitará estar preparado para defenderse no solamente de las agresiones, pero también de las amenazas"
Tramo de la Estrategia Nacional de Defensa
Son más de seis mil infraestruturas estratégicas existentes en el país, siendo que 364 están entre las más críticas, conforme levantamiento del Gabinete de Seguridad Institucional (GSI) de la Presidencia de la República.
Pelotão de frontera en el Pará cuenta con sólo 9 horas diarias de luz (Foto: Tahiane Stochero/G1)
"El trabajo será tanto en el sentido de prevenir accidentes en esas estructuras como también de identificar riesgos y, eventualmente, contenerlos", dice el general José Fernando Yasbech, que responde por el proyecto.
El trabajo comenzará en Paraná, con la implementación de un centro de acción conjunta con policía, Bomberos y Defensa Civil para defender la Fábrica de Itaipu.

“El reaparelhamento de las Fuerzas Armadas va además de sólo decir que un país pacifista está tomando una actitud de hacerse más bélico. El empleo de los militares ha sido bien diferente los últimos años, sea en acciones de defensa civil, de seguridad pública, de apoyo a los órganos estaduais. Y eso demanda alteraciones estructurales profundas en la política, en la mentalidad de la población y en inversiones”, dice Iberê Abeto Hijo, maestro en Relaciones Internacionales y estudioso de la Estrategia Nacional de Defensa.

Buscado para comentar la actual situación del Ejército, el ex-ministro de Asuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger, que escribió el texto de la Estrategia Nacional de Defensa, dijo que se consideraba "moralmente impedido de hablar" debido a la "relación íntima y especial con las acciones y tareas de que tratará el reportaje".
"Diré sólo lo que escribí en la dedicatória de un libro que di a la biblioteca del Ejército, por manos del general que la comanda: el Ejército brasileño es de más importante institución de Brasil", afirmó Mangabeira Unger a la G1.
Ya el ex-ministro de la Defensa Nelson Jobim, que también firmó la END en 2008, dijo que no iría a comentar la situación, pues no ocupa más el cargo.
 
Estos tipos de noticias, son para sensiblilizar la opinión pública por los altos investimentos que seron hechos en las FFAA...... es mi opinión:rolleyes:

....el gobierno tiene que tener motivos para justificar sus gastos...
 

Jorge II

Serpiente Negra.
Igualmente sus Fuerzas Armadas y ojo! no quiero decir que no sean profesionales ni que tengan buenos equipos,ya que están muy bien equipado y bien entrenados pero no está a la altura de los paises del BRIC militarmente hablando es decir, a un nivel superior que la media, Brasil está rodeado de 10 Ejercitos de los cuales 2 puede golpear fuertemente y 1 con capacidad de exito (puede derrotar a las FFAA brasileñas), y ademas el gran problema que tiene que soportar es que ademas de estár preparado para defender las fronteras que deben ser una de las más dificiles geograficamente hablando a nivel mundial, debe ejecutar acciones policiales en ciudades violentas, el cuidado de la infraestructura estrategica y lamentablemente no alcanza o mejor dicho no son suficientes, por eso se tiene que pensar en un aumento de capacidad conciderable y si es posible autonoma para estár a la altura de las circustancias. Veamos cuantos aviones de combate de primera linea y de altas prestaciones alinea Brasil? y cuantas India y China? en ambos paises debemos empezar de un minimo de 200 aviones de combate de primera linea ahi está el tema tambien.
 
Sin embargo, es muy interesante releer posts de hace 5 o 10 años... y analizar cómo ha cambiado o no el panorama.

Saludos estimados.
Una cosa que no cambio es como a la prensa brasilenia no le gusta los militares. Hay explicaciones muy sencillas para eso, pero aca no se debe hablar de politica, entonces...
Saludos,

JT
 
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