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Fronteira terá reforço de vigilância
AMAZÔNIA Ministério da Defesa vai aumentar o número de pelotões de fronteira de 23 para 51 até 2018, em investimento que vai consumir cerca de R$ 1 bilhão
Tânia Monteiro
Agência Estado
BRASÍLIA – O Ministério da Defesa vai quase dobrar o número de pelotões de fronteira na Amazônia, mas a diretriz de instalação dos novos postos muda radicalmente. Serão, prioritariamente, “células de vigilância militar”, deixando em segundo plano a velha preocupação com a chamada “vivificação das fronteiras” – o povoamento da região, o que sempre levava ao traslado de familiares dos militares para a áreas dos pelotões e à criação de pelo menos uma vila no entorno.
Atendendo à recomendação do decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho do ano passado, o Exército vai instalar 28 novos pelotões em terras indígenas e em áreas de conservação da Amazônia. O projeto, batizado com o nome de Amazônia Protegida, ampliará de 23 para 51 o número de pelotões de fronteira e reforçará prioritariamente a Região Norte, área mais rarefeita de proteção militar.
Pelo projeto, as novas unidades de defesa serão construídas ao longo dos próximos nove anos, estendendo-se até 2018, e com um orçamento de R$ 1 bilhão. A meta é aumentar o número de militares do Exército presentes na área de 25 mil para 30 mil. O projeto prevê ainda a modernização dos quartéis que já existem na fronteira, ao custo de R$ 140 milhões.
O Amazônia Protegida foi concebido já com base na Estratégia Nacional de Defesa, lançada em dezembro por Lula. Nessa nova concepção, os 28 novos pelotões de fronteira servirão para monitorar e reagir imediatamente a qualquer ameaça. Serão a ponta de um sistema estratégico de defesa. Terão menos gente e mais equipamentos.
Ao contrário do que ocorre hoje, quando com a instalação dos pelotões são construídas vilas residenciais para abrigar os familiares dos militares, na nova concepção, filhos e mulheres não irão mais para a fronteira com seus maridos, permanecendo nos centros urbanos. Os soldados servirão nos postos de fronteira em sistema de rodízio.
RADARES
De acordo com um general, o novo pelotão constituirá uma espécie de célula de vigilância e, quando todos os postos estiverem instalados, a distância entre eles será de 200 quilômetros a 250 quilômetros. Tudo será coberto pelos radares de vigilância aérea e terrestre, que estarão conectados ao sistema de comando e controle da central.
O Amazonas será o Estado que mais receberá novos postos de fronteira, sete, seguido de Roraima, com seis. No Amazonas, eles ficarão em Demini, Jurupari, Marauiá, Tunuí, Traíra, Puruê e Bom Jesus. Em Roraima, serão instalados em Entre Rios, Jacamim, Vila Contão, Serra do Sol, Ericó e Uaiacás. Os demais Estados da Amazônia receberão quatro postos cada, sendo que Rondônia terá três (Surpresa, Rolim de Moura e Pimenteiras do Oeste). No Amapá, eles serão construídos em Vila Brasil, Queriniutu, Jari e Amapari. No Pará, em Tiriós, Curiaú, Cafuni e Trombetas. No Acre, em São Salvador, Marechal Thaumaturgo, Jordão e Iaco.
Apesar de a implantação dos novos pelotões não ter mais a função de povoar a Amazônia, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem dito que a região precisa ser ocupada e desenvolvida. Jobim disse aos parlamentares, em audiência pública no Congresso, no fim do ano, que o “desenvolvimento e a proteção da Amazônia só serão eficazes se tiverem a vertente civil, com a presença e o envolvimento de todos os segmentos do Estado na região”.
“Sem isso, nós vamos gastar, investir, vamos proteger a Amazônia, mas a dificuldade é que os ilícitos serão praticados por aqueles personagens que, por falta de opção econômica para garantir sua sobrevivência, são empurrados para a ilegalidade”, avaliou Jobim.
Saludos.
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