UFO's en Brasil
COMPORTAMENTO 18/05/2005
Eu vi: os famosos e suas experiências
Os casos Varginha e Ozires: ainda sem explicação
Operação Prato: mistério no Pará
Ufologia
Óvnis: a verdade
está chegando
Ufólogos pedem a abertura dos
arquivos secretos das Forças
Armadas sobre objetos voadores
não identificados do Brasil e,
pela primeira vez, a Aeronáutica
se dispõe a negociar
Camilo Vannuchi
Colaborou Luciana Sgarbi
Monstrengos de pele viscosa que desembarcam de discos voadores para abduzir (seqüestrar em ufologuês) terráqueos indefesos parecem coisa de cinema. Mas a ocorrência de fenômenos para lá de estranhos no céu do País é real e está documentada em centenas de páginas arquivadas no Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), órgão subordinado ao Ministério da Defesa. Após décadas de insistência dos ufólogos para que esses documentos sigilosos fossem abertos ao público (ou pelo menos aos estudiosos do assunto), finalmente a Aeronáutica se dispôs a colaborar e admite a possibilidade de apresentar seu arsenal. Antes da reunião entre ufólogos e militares marcada para a sexta-feira 20, ISTOÉ teve acesso a documentos que registram a participação da Força Aérea Brasileira (FAB) no caso batizado de Operação Prato, ocorrido no Pará em 1977. A intenção dos ufólogos é cobrar a divulgação desse material e criar uma comissão com especialistas civis e militares para pesquisar futuras ocorrências, como já ocorre no Chile. Para os membros da Aeronáutica, a ocasião servirá para afastar a imagem negativa que sempre lhes foi impingida por militantes das pesquisas extraterrestres. “Somos acusados de sonegar informação, mas o que temos são relatórios apresentados em caráter sigiloso por pilotos e outras pessoas que procuraram a Aeronáutica para relatar registros de óvnis. Divulgar esse material exporia essas pessoas a chacotas”, diz o major Antonio Lorenzo, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.
Gevaerd, editor da revista UFO:
"A Aeronáutica guarda muito material secreto que tem sido subaproveitado”
Campanha – Lorenzo nunca viu esses documentos, mas repete as informações que lhe foram transmitidas pelo chefe do Comdabra. Foi Lorenzo, no entanto, quem procurou o ufólogo Ademar José Gevaerd, fundador e editor da revista UFO há 21 anos, e deu início à atual fase de aproximação após a publicação no Correio Braziliense de mais uma reportagem que mostrava a Aeronáutica como uma instituição que escondia o jogo. Gevaerd, que se interessa pelo assunto desde os 11 anos – quando acompanhava com paixão os artigos ufológicos publicados na revista Planeta, da Editora Três –, lançou no ano passado a campanha “Ufos: liberdade de informação já”. “Temos certeza de que existe vida fora da Terra e não descansaremos enquanto não tivermos respostas sobre isso”, diz. “A aeronáutica guarda muito material secreto que tem sido subaproveitado. Eles não têm gente nem verba para se dedicar a esse assunto.”
Gevaerd cita três casos de supostas aparições de óvnis nos quais as Forças Armadas teriam desempenhado papel importante. No primeiro, ocorrido em 1977 e conhecido como Operação Prato, uma equipe comandada pelo capitão Uyrangê Hollanda, do 1º Comando Aéreo Regional (Belém do Pará), documentou em relatórios, fotos e vídeos a presença de naves durante vários meses na Amazônia. O segundo caso, a famosa Noite Oficial dos Ufos no Brasil, de 1986, configurou a visão simultânea de 21 naves que se movimentaram durante oito horas sobre o Estado de São Paulo e ficou célebre por envolver o então presidente da Petrobras, Ozires Silva (fundador da Embraer e ministro da Infra-Estrutura do governo Collor). O caso foi confirmado pelo então ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Moreira Lima. Por fim, em 1996, oficiais do Exército teriam capturado os inesquecíveis ETs de Varginha (MG) e os encaminhado para necropsia na Unicamp, em Campinas (SP). Todas as instituições citadas nesse terceiro episódio negam qualquer envolvimento.
Ao que parece, nem todos os oficiais da Aeronáutica concordam com o arquivamento dessas informações. Graças a um membro da corporação, a revista UFO teve acesso a documentos sigilosos que compõem o dossiê sobre a Operação Prato e trazem apontamentos feitos pelos militares que realizaram a empreitada. Antes
de falecer, em 1997, o comandante da operação, Uyrangê Hollanda, confirmou a legitimidade do material em entrevista à mesma publicação. Esperou se aposentar para falar abertamente sobre o assunto. Parte desse material pode se tornar
público em breve. Algumas fotos realizadas na ocasião trazem um carimbo com a inscrição “confidencial” no verso. Há desenhos de naves feitos por oficiais a partir dos retratos falados apresentados por moradores que avistaram o fenômeno e o relatório pormenorizado dos contatos que os próprios oficiais teriam estabelecido com discos voadores luminosos.
Claudeir Covo, engenheiro e ufólogo: “O Brasil está entre
os países que mais registram casos ufológicos"
Movimento estranho – Investigar a natureza de qualquer objeto que cruze o céu do País sem se identificar é função da Força Aérea Brasileira. Basta um movimento estranho surgir no radar para que torres de comando se comuniquem e aviões caça saiam ao encalço das naves (aparelhos, discos, objetos ou seja lá o que for). Qualquer sinal anormal que surja nos radares fica gravado em fitas magnéticas que seguem para o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta), também vinculado à Aeronáutica. O mesmo ocorre sempre que algum piloto visualiza elementos diferentes durante o vôo e registra por escrito o ocorrido, bem como com as fitas gravadas com as comunicações entre aeronaves e torres de comando. “Isso é mais comum do que se imagina. O Brasil está entre os países que mais registram casos ufológicos. O arquivo da Aeronáutica vai mostrar o quanto isso é freqüente”, comemora o engenheiro Claudeir Covo, presidente do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais. “O problema é que essas naves se aproximam, fazem o que bem entendem e vão embora sem que a Aeronáutica consiga interceptá-las ou identificá-las. O medo do governo é que a divulgação disso evidencie o quanto nossas Forças Armadas são vulneráveis e cause pânico na população”, afirma.
Fraudes – Embora a presença de óvnis seja confirmada pela própria Aeronáutica, nada garante que as supostas naves sejam mesmo de outro planeta. O próprio Claudeir Covo afirma que 95% dos casos são enganos ou fraudes. Às vezes, acidentes físicos e naturais como precipitações, nuvens e relâmpagos causam confusão. Outras vezes, são montagens fotográficas feitas por pessoas que
agem de má-fé, registrando postes de luz ou balões de festas juninas. “Há pouco tempo, a Tiazinha (Suzana Alves) foi à televisão dizer que tinha visto um óvni. Me interessei pelo assunto e fui investigar. Descobri que, naquele momento, o
dirigível da Goodyear sobrevoava exatamente o mesmo local”, conta Covo.
Suzana não é a única celebridade que diz ter visto disco voador. Entre ditos e não-ditos, resta apenas a dúvida: estamos sós?
COMPORTAMENTO 18/05/2005
Eu vi: os famosos e suas experiências
Os casos Varginha e Ozires: ainda sem explicação
Operação Prato: mistério no Pará
Ufologia
Óvnis: a verdade
está chegando
Ufólogos pedem a abertura dos
arquivos secretos das Forças
Armadas sobre objetos voadores
não identificados do Brasil e,
pela primeira vez, a Aeronáutica
se dispõe a negociar
Camilo Vannuchi
Colaborou Luciana Sgarbi
Monstrengos de pele viscosa que desembarcam de discos voadores para abduzir (seqüestrar em ufologuês) terráqueos indefesos parecem coisa de cinema. Mas a ocorrência de fenômenos para lá de estranhos no céu do País é real e está documentada em centenas de páginas arquivadas no Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), órgão subordinado ao Ministério da Defesa. Após décadas de insistência dos ufólogos para que esses documentos sigilosos fossem abertos ao público (ou pelo menos aos estudiosos do assunto), finalmente a Aeronáutica se dispôs a colaborar e admite a possibilidade de apresentar seu arsenal. Antes da reunião entre ufólogos e militares marcada para a sexta-feira 20, ISTOÉ teve acesso a documentos que registram a participação da Força Aérea Brasileira (FAB) no caso batizado de Operação Prato, ocorrido no Pará em 1977. A intenção dos ufólogos é cobrar a divulgação desse material e criar uma comissão com especialistas civis e militares para pesquisar futuras ocorrências, como já ocorre no Chile. Para os membros da Aeronáutica, a ocasião servirá para afastar a imagem negativa que sempre lhes foi impingida por militantes das pesquisas extraterrestres. “Somos acusados de sonegar informação, mas o que temos são relatórios apresentados em caráter sigiloso por pilotos e outras pessoas que procuraram a Aeronáutica para relatar registros de óvnis. Divulgar esse material exporia essas pessoas a chacotas”, diz o major Antonio Lorenzo, do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.
Gevaerd, editor da revista UFO:
"A Aeronáutica guarda muito material secreto que tem sido subaproveitado”
Campanha – Lorenzo nunca viu esses documentos, mas repete as informações que lhe foram transmitidas pelo chefe do Comdabra. Foi Lorenzo, no entanto, quem procurou o ufólogo Ademar José Gevaerd, fundador e editor da revista UFO há 21 anos, e deu início à atual fase de aproximação após a publicação no Correio Braziliense de mais uma reportagem que mostrava a Aeronáutica como uma instituição que escondia o jogo. Gevaerd, que se interessa pelo assunto desde os 11 anos – quando acompanhava com paixão os artigos ufológicos publicados na revista Planeta, da Editora Três –, lançou no ano passado a campanha “Ufos: liberdade de informação já”. “Temos certeza de que existe vida fora da Terra e não descansaremos enquanto não tivermos respostas sobre isso”, diz. “A aeronáutica guarda muito material secreto que tem sido subaproveitado. Eles não têm gente nem verba para se dedicar a esse assunto.”
Gevaerd cita três casos de supostas aparições de óvnis nos quais as Forças Armadas teriam desempenhado papel importante. No primeiro, ocorrido em 1977 e conhecido como Operação Prato, uma equipe comandada pelo capitão Uyrangê Hollanda, do 1º Comando Aéreo Regional (Belém do Pará), documentou em relatórios, fotos e vídeos a presença de naves durante vários meses na Amazônia. O segundo caso, a famosa Noite Oficial dos Ufos no Brasil, de 1986, configurou a visão simultânea de 21 naves que se movimentaram durante oito horas sobre o Estado de São Paulo e ficou célebre por envolver o então presidente da Petrobras, Ozires Silva (fundador da Embraer e ministro da Infra-Estrutura do governo Collor). O caso foi confirmado pelo então ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Moreira Lima. Por fim, em 1996, oficiais do Exército teriam capturado os inesquecíveis ETs de Varginha (MG) e os encaminhado para necropsia na Unicamp, em Campinas (SP). Todas as instituições citadas nesse terceiro episódio negam qualquer envolvimento.
Ao que parece, nem todos os oficiais da Aeronáutica concordam com o arquivamento dessas informações. Graças a um membro da corporação, a revista UFO teve acesso a documentos sigilosos que compõem o dossiê sobre a Operação Prato e trazem apontamentos feitos pelos militares que realizaram a empreitada. Antes
de falecer, em 1997, o comandante da operação, Uyrangê Hollanda, confirmou a legitimidade do material em entrevista à mesma publicação. Esperou se aposentar para falar abertamente sobre o assunto. Parte desse material pode se tornar
público em breve. Algumas fotos realizadas na ocasião trazem um carimbo com a inscrição “confidencial” no verso. Há desenhos de naves feitos por oficiais a partir dos retratos falados apresentados por moradores que avistaram o fenômeno e o relatório pormenorizado dos contatos que os próprios oficiais teriam estabelecido com discos voadores luminosos.
Claudeir Covo, engenheiro e ufólogo: “O Brasil está entre
os países que mais registram casos ufológicos"
Movimento estranho – Investigar a natureza de qualquer objeto que cruze o céu do País sem se identificar é função da Força Aérea Brasileira. Basta um movimento estranho surgir no radar para que torres de comando se comuniquem e aviões caça saiam ao encalço das naves (aparelhos, discos, objetos ou seja lá o que for). Qualquer sinal anormal que surja nos radares fica gravado em fitas magnéticas que seguem para o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta), também vinculado à Aeronáutica. O mesmo ocorre sempre que algum piloto visualiza elementos diferentes durante o vôo e registra por escrito o ocorrido, bem como com as fitas gravadas com as comunicações entre aeronaves e torres de comando. “Isso é mais comum do que se imagina. O Brasil está entre os países que mais registram casos ufológicos. O arquivo da Aeronáutica vai mostrar o quanto isso é freqüente”, comemora o engenheiro Claudeir Covo, presidente do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais. “O problema é que essas naves se aproximam, fazem o que bem entendem e vão embora sem que a Aeronáutica consiga interceptá-las ou identificá-las. O medo do governo é que a divulgação disso evidencie o quanto nossas Forças Armadas são vulneráveis e cause pânico na população”, afirma.
Fraudes – Embora a presença de óvnis seja confirmada pela própria Aeronáutica, nada garante que as supostas naves sejam mesmo de outro planeta. O próprio Claudeir Covo afirma que 95% dos casos são enganos ou fraudes. Às vezes, acidentes físicos e naturais como precipitações, nuvens e relâmpagos causam confusão. Outras vezes, são montagens fotográficas feitas por pessoas que
agem de má-fé, registrando postes de luz ou balões de festas juninas. “Há pouco tempo, a Tiazinha (Suzana Alves) foi à televisão dizer que tinha visto um óvni. Me interessei pelo assunto e fui investigar. Descobri que, naquele momento, o
dirigível da Goodyear sobrevoava exatamente o mesmo local”, conta Covo.
Suzana não é a única celebridade que diz ter visto disco voador. Entre ditos e não-ditos, resta apenas a dúvida: estamos sós?