Cooperação militar
Plano de defesa sai até o fim de outubro, diz Jobim
Publicada em 22/09/2008 às 18h24m
Reuters
ITAPEMIRIM (Espírito Santo) - O Plano Nacional de Defesa, inicialmente previsto para ser anunciado em 7 de setembro, será divulgado até o fim de outubro, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, nesta segunda-feira. O ministro também anunciou que a decisão sobre o acordo de cooperação militar com a França já foi tomada pelo governo e o pacto será assinado no fim do ano, durante uma visita do presidente francês ao Brasil.
O ministro reconheceu que as Forças Armadas precisam de equipamentos novos para cumprir suas funções.
- É evidente que precisam. Creio que até o fim de outubro devemos anunciar o Plano Nacional, que vai demonstrar claramente o tipo de modelo que temos de discutir - disse Jobim, na cidade de Itapemirim, no Espírito Santo, onde acompanhou demonstrações da Operação Atlântico, que simula uma guerra pelo controle da infra-estrutura petrolífera dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu submeter o plano de defesa ao Conselho de Defesa Nacional, que vai se reunir no início de outubro.
Segundo Jobim, no fim de dezembro, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, virá ao país para assinar um acordo militar que envolve transferência de tecnologia para a conclusão do projeto de construção do submarino a propulsão nuclear.
- O Brasil dispõe do controle do combustível. O acordo com a França é a construção da parte não nuclear do submarino - disse o ministro a jornalistas. - O presidente Sarkozy virá ao Brasil no fim do ano e deve assinar o acordo estratégico em 22 ou 23 de dezembro - acrescentou Jobim.
Segundo o ministro, além da parceria na construção do submarino nuclear, o acordo com a França também inclui a fabricação de helicópteros militares numa das fábricas da Helibrás e a capacitação de tropas do Exército. O submarino nuclear é uma das prioridades do Brasil, depois da descoberta de reservas petrolíferas na área do pré-sal, que tem potencial para transformar o país em um dos principais produtores de petróleo.
Questionado sobre um eventual desconforto provocado pelo anúncio de um exercício militar conjunto entre Rússia e Venezuela, na América do Sul, Jobim foi direto.
- Isso é um problema da Venezuela - disse.
Lula teria ficado descontente com a realização do exercício, dizendo que Hugo Chávez, o presidente venezuelano, está trazendo para a América do Sul um conflito que não diz respeito a ela. Desde agosto, a Rússia e os Estados Unidos trocam farpas devido à incursão militar russa na região separatista de Ossétia do Sul, na Geórgia, país apoiado pelos Estados Unidos.