Palestra e entrevista de Bob Kemp, VP de marketing internacional da Gripen International
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Escrito por Felipe Salles
Dom, 26 de Outubro de 2008 00:04
A palestra de Bob Kemp na inauguração do escritório da Saab em Brasília
Na quarta-feira, 22 de outubro, diante da imprensa especializada e dos representantes em Brasília dos maiores jornais nacionais, a Gripen International inaugurou seu escritório na Capital Federal e botou oficialmente seu “bloco na rua”.
Para Bob Kemp, Vice presidente internacional para vendas e marketing da Gripen International, e anfitrião deste encontro, a SAAB é claramente a melhor parceira para o Brasil no programa F-X2. Ele argumenta que, por se tratar de “uma grande empresa de alta tecnologia, composta por 14.000 profissionais espalhados por todo o mundo, com produtos e soluções abrangendo um amplo leque desde ‘redes de camuflagem até caças supersônicos’, nenhum outro concorrente oferece tanto ao Brasil”.
Na sua apresentação, foram enfocados os pontos fortes da empresa e de seu produto, o caça monomotor Gripen NG, que esta sendo oferecido como o próximo caça da Força Aérea Brasileira. Para convencer a FAB e o Governo Brasileiro, a SAAB se orgulha de contar com o engajamento ativo das forças aéreas que já utilizam o Gripen atualmente, assim como das companhias que são parceiras de risco do programa Gripen NG. Estas empresas também terão participação direta na formulação das propostas de off-set previsto para a concorrência brasileira. Segundo Kemp, a visão da SAAB aponta para uma janela futura de oportunidade para aproximadamente 200 células de caças na classe do Gripen.
Para ele: “A Gripen está numa posição muito favorável, pois, hoje 99,9 % dos caças em operação são produtos de cinco dos países com assento fixo no Conselho de Segurança da ONU. Assim, o único fornecedor deste tipo de sistema, verdadeiramente ‘neutro’ do ponto de vista político é a Gripen International”.
A evolução dos diversos modelos desta família denota claramente a qualidade do trabalho dos engenheiros da SAAB e de seus parceiros. Os modelos A/B tinham o peso máximo de decolagem na casa de 12 toneladas, a geração seguinte (C/D) passou a 14, e a próxima, NG alcançará as 16 toneladas, isso, obviamente sem comprometer suas qualidades de performance. O primeiro do vôo do Gripen original, ocorreu em 1995, o do C/D foi em 2002 e do NG ocorrerá em 2009.
Neste ano, a SAAB respondeu a RFI (Pedidos de Informação) de seis países diferentes. Nestas propostas, o Gripen NG tem grandes chances, por adicionar mais potência, mais carga bélica a todos os méritos dos modelos anteriores deste avião sueco. Um ponto de destaque da família Gripen é, que, a SAAB está determinada a tornar toda a nova tecnologia do NG, passível de integração nos modelos anteriores, evitando que os clientes atuais acabem com aeronaves “órfãs” nas suas mãos.
Kemp lembrou aos jornalistas que a Suécia tem uma longa e rica tradição de tecnologia aeronáutica. O país produziu nada menos que 4.000 aeronaves ao longo dos últimos 70 anos, além de ter sido o primeiro país (em paralelo e simultaneamente com a firma Heinkel, da Alemanha) a desenvolver assentos de ejeção durante a segunda guerra mundial.
Surpreendentemente ele informou que o futuro Gripen NG irá custar ainda menos que os aviões da geração C/D, por fazer uso maior de tecnologias eletrônicas COTS (tecnologias civis aproveitadas para uso militar – Conventional Off The Shelf) e, principalmente, por empregar o motor GE F-414 americano padrão, diferente do Gripen anterior, que usava uma versão melhorada pela Volvo Aero da turbina GE F-404. O uso do novo motor irá reduzir em 20% o custo da motorização.
Projetado para a realidade de um país relativamente pequeno, o Gripen foi criado desde o início para ter um tempo de reação muito rápido. O NG supera todos os números dos modelos anteriores, com um tempo mínimo de turn-around (tempo entre a chegada de uma missão e partida para a próxima) em configuração para missão ar-ar de apenas 10 minutos. Nas missões ar-terra, esse tempo não passará de 20 minutos. Uma aeronave em alerta, já posicionada na cabeceira da pista e piloto na cabine, com apenas seu APU acionado, pode estar no ar em menos de um minuto após a ordem de decolagem ser emitida. Ainda no solo, ele já pode estar recebendo, em tempo real, dados dos AWACS, via o datalink integrado. Desta forma ao decolar ele já tem totalmente clara a situação tática no ar, ao seu redor, aumentando significativamente suas chances de êxito no combate e de sobrevivência.
Para a Gripen, seu avião é realmente um produto de sucesso no mercado, acumulando já vendas para quatro países estrangeiros, Tailândia, África do Sul, Hungria e República Tcheca. Para Kemp, “as maiores oportunidades no mundo para nós se localizam nos países da Europa Oriental e entre os países não-alinhados”. E ele alfineta: “nossos concorrentes aqui no F-X2, ao contrario, ou tem apenas uma venda para o exterior (F-18F – Austrália) ou nenhuma (Rafale)”.
Ele mostrou uma lista de potenciais clientes, já identificadas pelo pessoal de marketing da Gripen International, os “hot prospects”, com noção de datas e números previstos de compra.
Eslováquia
Bulgária: 16
Romênia: 48
Grécia: 40
Croácia: 12 Abertura 2008
Suíça: 22 Decisão meados 2009
Holanda: 85
Dinamarca: 48
Noruega: 48
Brasil: 36 Decisão 2009
Índia:126 Análise:2009 Decisão:20010
Outras oportunidades também identificadas nos slides seguintes, ainda que de decisão menos imediata: Bélgica, Estônia, Látvia, Lituânia, Eslovênia,
Argentina, Canadá, Equador, México e Nigéria.